Mundo

Ucrânia nega concentração de tropas na fronteira com Bielorrússia

Kiev fala numa “manobra de desinformação” por parte de Moscovo. A Ucrânia diz ainda ter desmantelado um grupo tencionava controlar o parlamento, derrubar o governo e nomear um novo executivo.

Cristina Neves

A Ucrânia desmente a acusação de Moscovo de estar a concentrar tropas junto à fronteira com a Bielorrússia. A situação na linha da frente é descrita como ''dinâmica'' e as forças de Moscovo reivindicam avanços em Donetsk.

É destacada, pela Ucrânia, a contenção das investidas russas na região de Kharkiv. A intensificação dos ataques é inequívoca.

À unidade ucraniana na frente Leste já chegaram reforços de artilharia. Operam a um ritmo frenético. São os sistemas checos “Vampire” de lançamento múltiplo de foguetes. Mas os militares ucranianos queixam-se é da falta de pessoas para combater.

Para ultrapassar este obstáculo, Kiev está a acelerar o processo de recrutamento nas prisões, ao abrigo da nova lei, aprovada pelo parlamento ucraniano, no último mês.

Há aproximadamente 27 mil reclusos que poderão combater pelas forças ucranianas. Mais de 3 mil já foram libertados e colocados em unidades militares.

O preço da liberdade é elevado, mas há quem anseie por combater. É o caso de Ernest Volvach, de 27 anos, que cumpre dois anos de pena por roubo.

“É estúpido estar sentado sem fazer nada. Eu queria ser mobilizado desde o início, mas não tinha essa oportunidade. Agora ela apareceu”, afirma.

Nas zonas de contacto, o movimento faz-se em sentido inverso. O resgate de civis é cada vez mais arriscado.

Os bombardeamentos russos por toda a Ucrânia fizeram, nas últimas horas, mais de 40 feridos e pelo menos seis mortos. Zelensky afirma que os ataques a território da Federação Russa ajudam a travar o ímpeto de Moscovo.

Kiev rejeita, no entanto, que a Ucrânia esteja a concentrar tropas junto à fronteira com a Bielorússia. Uma manobra de desinformação, acusa o Governo ucraniano, que também anunciou ter desmantelado um grupo de operacionais, que preparava tumultos para controlar o parlamento, derrubar o executivo e nomear um novo governo interino.

Últimas