Os franceses são chamados às urnas este domingo. Às 12:00 a taxa de participação era de 25%. Na primeira volta, é esperada uma adesão de 67% dos eleitores, mais do que os 47% das legislativas de 2022.
Jordan Bardella, o hipotético primeiro-ministro da direita radical, marca pontos nas redes sociais e os admiradores querem um momento para recordar uma eleição que pode ser histórica. Votou na manhã deste domingo com som de fundo
"É um vergonha, é uma vergonha", ouvia-se enquanto Bardella dizia que "até convidaram os esquerdistas".
Cidade mineira do norte, Henin-Beaumont, antigo bastião socialista por setenta anos, aderiu na última década à União nacional de Marine Le Pen. Nas ruas tenta-se uma explicação.
"Para quem cá vive, houve uma desindustrialização, as pessoas estão a ficar mais pobres e procuram ter mais poder de compra e melhor qualidade de vida. Portanto, se a União nacional lhes promete coisas, porque não", diz um eleitor.
Em Paris, o ar dos tempos é outro. Cosmopolita, multicultural, a capital não é território da direita. Nas presidenciais de 2022, Marine Le Pen ficou em sexto lugar.
"Foi um pouco prematuro, mas tinha de ser feito, porque não podemos ficar com a incerteza de um quarto, um quarto, um quarto. É preciso agitar um pouco as coisas, conta outro eleitor.
Há 577 lugares em jogo, uma maioria de 289 evitaria seguir para segunda volta, mas essa é uma hipótese remota.
Espero que os franceses assumam as suas responsabilidades, que percebam que há muito em jogo e que, por uma vez, percebam que o futuro do país está nas mãos deles, nas mãos dos 40 milhões de eleitores franceses", explica um eleitor.
As sondagens preveem 37% para a União nacional, 28% para a Frente Popular, a coligação de esquerda, e 20% para o partido do Presidente francês.
Há 27 anos, que França não tinha legislativas antecipadas. Na primeira volta, a abstenção atingiu os 32%. Os extremos que agora se defrontam podem contribuir para uma maior adesão.