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“Alguns usam o Judaísmo e o Islão fora dos seus propósitos autênticos”

A paz passa também pelo diálogo inter-religioso. A SIC entrevistou dois líderes religiosos - um judeu e um muçulmano - que esta semana participaram no Fórum Mundial que decorreu em Lisboa.

Sofia Arêde

Francisco Barreto

No dia 21 de novembro de 2015, sete dias depois dos atentados de Paris, no Bataclan e em outros cinco locais da cidade, centenas de muçulmanos liderados pelo imã da Mesquita de Roma manifestavam-se contra o terrorismo, contra a utilização da religião para justificar a violência e também contra a intolerância religiosa.

Quase uma década depois, as questões levantadas por esta marcha contra o ódio parecem mais atuais do que nunca. Sergio Pallavicini é agora uma das vozes do Islão mais importantes na Europa.

Defende o diálogo inter-religioso como principal ferramenta para a paz, mas reconhece que os ataques de 7 de outubro e o início da ofensiva israelita em Gaza ergueram ainda mais muros.

“Somos contra qualquer tipo de violência. o que aconteceu no dia 7 de outubro é inaceitável”, disse à SIC.

Vê no ataque do Hamas e na resposta de Israel graves violações dos direitos humanos e uma instrumentalização da religião para alimentar um conflito que não vê como religioso.

“Alguns usam o Judaísmo e o Islão fora da sua realidade e propósito autênticos”, acrescentou.

Michael Schudrich, chefe rabino da Polónia, integra com o imã Pallavicini o conselho de líderes muçulmanos e judaicos do Kaiciid, uma organização que promove o diálogo inter-religioso e intercultural.

Acredita que em qualquer circunstância, o diálogo tem de ser sempre possível.

Os dois líderes religiosos estiveram em Lisboa a participar no Fórum para a Paz que, por enquanto, não se vislumbra no Médio Oriente.

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