No dia 21 de novembro de 2015, sete dias depois dos atentados de Paris, no Bataclan e em outros cinco locais da cidade, centenas de muçulmanos liderados pelo imã da Mesquita de Roma manifestavam-se contra o terrorismo, contra a utilização da religião para justificar a violência e também contra a intolerância religiosa.
Quase uma década depois, as questões levantadas por esta marcha contra o ódio parecem mais atuais do que nunca. Sergio Pallavicini é agora uma das vozes do Islão mais importantes na Europa.
Defende o diálogo inter-religioso como principal ferramenta para a paz, mas reconhece que os ataques de 7 de outubro e o início da ofensiva israelita em Gaza ergueram ainda mais muros.
“Somos contra qualquer tipo de violência. o que aconteceu no dia 7 de outubro é inaceitável”, disse à SIC.
Vê no ataque do Hamas e na resposta de Israel graves violações dos direitos humanos e uma instrumentalização da religião para alimentar um conflito que não vê como religioso.
“Alguns usam o Judaísmo e o Islão fora da sua realidade e propósito autênticos”, acrescentou.
Michael Schudrich, chefe rabino da Polónia, integra com o imã Pallavicini o conselho de líderes muçulmanos e judaicos do Kaiciid, uma organização que promove o diálogo inter-religioso e intercultural.
Acredita que em qualquer circunstância, o diálogo tem de ser sempre possível.
Os dois líderes religiosos estiveram em Lisboa a participar no Fórum para a Paz que, por enquanto, não se vislumbra no Médio Oriente.