O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, diz que o chefe do Governo da Eslováquia ficou entre a vida e a morte, depois de ter sido baleado na quarta-feira. Orban, que tem defendido posições semelhantes a Robert Fico, diz que o ataque deixa a Europa sem um líder importante, sobretudo agora que estamos perto das eleições para o Parlamento Europeu.
Viktor Orban, primeiro-ministro da Hungria, e Robert Fico, chefe do Governo da Eslováquia, partilham o estilo e a proximidade ao líder russo Vladimir Putin.
Apesar de, na teoria, estarem em lados políticos opostos, são ambos contra as sanções impostas a Moscovo e contra o apoio militar da União Europeia à Ucrânia.
"Estamos perante uma eleição que vai decidir não só sobre os membros do Parlamento Europeu, mas que, juntamente com as eleições nos EUA, pode determinar o curso da guerra e da paz na Europa. Nessa situação, teríamos precisado muito de Robert Fico e de uma Eslováquia pró-paz", afirmou o chefe do Executivo húngaro numa entrevista a um meio de comunicação local.
Os médicos que estão a tratar Robert Fico estão a ponderar transferir o chefe do Governo para um hospital na capital, Bratislava, mas a decisão só deverá ser tomada na próxima segunda-feira. Para já, Fico continua internado na cidade onde foi baleado, na quarta-feira.
"É claro que é muito difícil para ele"
O presidente eleito da Eslováquia, que ganhou as eleições há um mês, e que é um populista apoiado pelo Governo de Robert Fico corroborou as informações sobre a gravidade do estado de saúde do primeiro-ministro.
"Ele é capaz de falar, mas apenas algumas frases. E depois está muito, muito cansado porque está a tomar medicação. Por isso, é claro que é muito difícil para ele. Tive a oportunidade de chegar no momento certo quando ele conseguiu falar comigo algumas frases. Mas a situação é muito crítica e temos de lhe dar muita energia, pensar e ser positivos", revela.
O homem que atirou sobre Robert Fico está detido e já foi acusado de tentativa de homicídio. Os vizinhos do atirador, de 71 anos, dizem que nunca imaginaram que o homem pudesse atacar quem quer fosse.
A televisão eslovaca mostrou, entretanto, imagens de uma mulher a ser levada da casa onde vivia o suspeito. Mas a polícia não explicou se é uma testemunha ou alguém que também está a ser investigado.