Um novo estudo publicado na terça-feira na revista científica Nature indica que o verão de 2023 no hemisfério norte foi o mais quente, não apenas desde que há registo, mas dos últimos 2.000 anos.
Ainda no ano transato, os cientistas já tinham apurado que os meses de junho, julho e agosto tinham sido os mais quentes desde a década de 40, altura a que remonta o início dos registos oficiais.
Agora, os investigadores dizem que esse período de verão foi o mais quente dos últimos dois milénios. Para chegarem a essa conclusão, de acordo com a agência Reuters, analisaram registos meteorológicos de meados do século XVIII e dados de temperatura baseados na análise de anéis de árvores.
"Quando olhamos para o longo período da história, podemos ver o quão dramático é o recente aquecimento global", disse o coautor do estudo, Jan Esper, um cientista climático da Universidade Johannes Gutenberg, na Alemanha.
No verão do ano passado, as temperaturas nas terras entre 30 e 90 graus de latitude norte foram 2,07 graus Celsius mais elevadas do que as médias pré-industriais, segundo o estudo.
Com base nos dados relativos aos anéis das árvores, só nos meses de verão de 2023, as temperaturas foram, em média, 2,2 °C mais quentes do que a temperatura média estimada para os anos de 1 a 1890.
O intenso calor que se fez sentir em vários pontos do globo foi amplificado pelo fenómeno climático El Niño, que levou a "ondas de calor mais longas e mais severas e períodos prolongados de seca", segundo Jan Esper.
Um outro estudo publicado esta terça-feira na revista PLOS Medicine, diz que, entre 1990 e 2019, 150.000 pessoas de 43 países terão morrido por conta das cada vez mais intensas ondas de calor. A maioria dessas mortes foram registadas no continente asiático.