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Israel desmente acusações sobre valas comuns em Khan Yunis

"As alegações de que as FDI enterraram corpos de palestinianos são completamente infundadas", disse o Exército israelita num comunicado em que dá conta, pela primeira vez, da sua versão dos acontecimentos relatados pelas autoridades de Gaza.

Vala comum em Khan Yunis
RAMADAN ABED

Lusa

As Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram esta terça-feira serem infundadas as acusações feitas pelas autoridades da Faixa de Gaza, enclave palestiniano controlado pelo Hamas, sobre a existência de valas comuns no Hospital Nasser, em Khan Yunis.

"As alegações de que as FDI enterraram corpos de palestinianos são completamente infundadas", disse o Exército israelita num comunicado em que dá conta, pela primeira vez, da sua versão dos acontecimentos relatados pelas autoridades de Gaza há vários dias.

O Governo de Gaza denunciou na segunda-feira ter exumado mais de 280 corpos da vala comum encontrada nas dependências do Hospital Nasser, na cidade de Khan Yunis, localizada no sul do enclave, após quatro dias de trabalho e acusou as tropas israelitas de "escondê-los deliberadamente".

Segundo as autoridades militares israelitas, citadas pelo The Times of Israel, durante o período em que as FDI estiveram no complexo médico, examinaram os restos mortais de corpos enterrados por palestinianos "como parte dos esforços para localizar os reféns".

De acordo com o Exército israelita, estas exumações foram "seletivas" e só foram realizadas quando houve informações concretas que indicavam que um dos reféns capturados pelo Hamas no início de outubro poderia estar enterrado na área.

"Os exames foram realizados de forma ordenada, mantendo a dignidade dos mortos e de forma respeitosa", afirmaram as Forças de Defesa de Israel, destacando que todos os corpos foram devolvidos ao seu local "de forma ordenada e adequada".

Os serviços de resgate palestinianos entraram no Hospital Nasser na semana passada, após a retirada das forças de ataque israelitas do sul do enclave, a 7 de abril, para determinar exatamente o âmbito da operação das Forças de Defesa de Israel.

Há 2.000 desaparecidos, dizem as autoridades de Gaza

O Exército israelita alegou que estas operações tinham como objetivo neutralizar os milicianos palestinianos escondidos no centro médico, enquanto as autoridades médicas denunciavam ao mesmo tempo que, na realidade, se tratava de um ataque indiscriminado contra pacientes e funcionários.

As autoridades de Gaza estimam que cerca de 2.000 pessoas estão desaparecidas na sequência do ataque israelita à unidade hospitalar.

"Não se sabe se foram detidos ou se morreram e se os corpos foram escondidos", segundo o governo de Gaza.

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