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Como os líderes mundiais reagiram ao ataque do Irão a Israel

O Irão lançou, este sábado, um ataque com mais de 100 drones contra Israel, numa operação de “retaliação” pelo ataque israelita de 1 de abril à embaixada iraniana em Damasco, na Síria. Israel já prometeu uma “resposta sem precedentes”.

Carl Recine/Reuters

SIC Notícias

A comunidade internacional tem condenado, em peso, o ataque do Irão a Israel. Os líderes mundiais mostram-se preocupados com a escalada do conflito e têm apelado à contenção.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu o “cessar imediato das hostilidades”, alegando que “nem a região nem o mundo podem dar-se ao luxo de outra guerra”.

Uma reação que chegou, na última noite, já depois de o representante israelita na ONU ter reclamado pelo silêncio do secretário-geral.

Os Estados Unidos, aliados de Israel, foram mais rápidos na resposta. O presidente norte-americano, Joe Biden, condenou, em comunicado, os ataques “da forma mais veemente possível" e declarou “o compromisso inabalável” dos Estados Unidos para com a segurança de Israel contra as ameaças do Irão.

O Conselho de Segurança reuniu, de imediato, na última noite, em Washington, e declarou que as forças dos Estados Unidos ajudaram a abater "quase todos" os 'drones' e mísseis disparados pelo Irão contra Israel. Biden anunciou ainda a convocação do G7, o grupo dos países mais industrializados, para coordenar uma "resposta diplomática unida" ao "ataque descarado" do Irão.

A Rússia reagiu mais tarde, já esta manhã.

O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, expressou “preocupação extrema” com outra “escalada perigosa” no Médio Oriente e pediu contenção após o ataque iraniano.

Já a China expressou "profunda preocupação" com o agravamento da situação no Médio Oriente, após o ataque do Irão contra Israel, e pediu "calma e contenção". Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês manifestou preocupação "com a atual escalada da situação" na região e apelou a "todas as partes para que exerçam a calma e a contenção".

"Esta é a mais recente manifestação das repercussões do conflito em Gaza. A prioridade máxima é a aplicação efetiva da Resolução 2728 do Conselho de Segurança da ONU e o fim do conflito em Gaza o mais rapidamente possível", indicou o comunicado de Pequim.

A China deixou ainda um apelo à comunidade internacional, "especialmente aos países influentes", para que desempenhem "um papel construtivo na manutenção da paz e da estabilidade regionais".

O Hamas aplaudiu o ataque do Irão a Israel, defendendo que este foi “merecido”.

"O Hamas considera que a operação militar conduzida pela República Islâmica do Irão é um direito natural e uma resposta merecida ao crime de atacar o consulado iraniano em Damasco e ao assassinato de vários líderes da Guarda Revolucionária", afirma o grupo em comunicado.

O Papa Francisco, líder do Vaticano, pede que se pare com todas as ações que alimentem a “espiral de violência” no Médio Oriente.

"Faço um apelo urgente para que se ponha termo a qualquer ação que possa alimentar uma espiral de violência suscetível de arrastar o Médio Oriente para um conflito ainda maior", declarou, no final da sua tradicional oração pública dominical na Praça de São Pedro.

"Ninguém deve ameaçar a existência dos outros. Por outro lado, todos os países devem estar do lado da paz e ajudar os israelitas e os palestinianos a viverem em dois Estados, lado a lado e em segurança", advertiu. "É um direito que lhes assiste", insistiu.

Também o Reino Unido foi pronto na resposta. O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, condenou fortemente o que classificou como o “imprudente ataque” do Irão a Israel, acusando o país de “semear o caos no próprio quintal”.

Sunak assegura o compromisso do Reino Unido com “a segurança de Israel e de todos os parceiros regionais, incluindo a Jordânia e o Iraque".

“Estamos a trabalhar com os nossos parceiros para, com urgência, estabilizar a situação e prevenir a escalada. Ninguém quer ver mais sangue a ser derramado", declara, em comunicado.

Josep Borrell, o alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, condenou o ataque, que classifica como “inaceitável”.

“Esta é uma escala sem precedentes e uma grave ameaça à segurança da região”, aponta.

Portugal não ficou de fora destas declarações de condenação do ataque.

O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, também recorreu à rede social X (ex-Twitter) para apelar à contenção, de modo “a evitar uma escalada da violência”.

Ainda na Europa, o presidente francês, Emmanuel Macron, condenou o ataque, que considera ser uma ameaça à estabilidade da região, e declarou o apoio de França a Israel.

Expresso a minha solidariedade para com o povo israelita e o empenho da França na segurança de Israel, dos nossos parceiros e da estabilidade regional. A França está a trabalhar na desescalada com os seus parceiros e apela à contenção”, lê-se numa publicação feita no X.

A Alemanha condenou "fortemente" o ataque iraniano em curso com 'drones' e mísseis contra Israel e pediu a Teerão e aos seus grupos próximos que parem com estas ações "imediatamente".

O ataque, alertou a ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, na rede social X (antigo Twitter), "tem o potencial de mergulhar uma região inteira no caos".

Pela Itália, a primeira-ministra Georgia Meloni reiterou a condenação dos ataques e lembrou a reunião do G7 que convocou para esta tarde.

“Expressamos forte preocupação com uma maior desestabilização da região e continuamos a trabalhar para evitá-la”, lê-se na publicação feita pela chefe do Governo italiano no X.

Espanha reagiu, já esta manhã, pela voz do primeiro-ministro Pedro Sánchez, que afirma que o Governo espanhol condena o ataque do Irão “tal como tem condenado e sempre condenará todas as formas de violência que ameaçam a segurança e o bem-estar de civis inocentes”.

O chefe do Governo espanhol “pede responsabilidade e contenção”, alertando que o mundo deve “aprender com a História” e evitar uma escalada ainda maior.

Da Ucrânia, chega a reação de outro país em guerra. O ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros declarou, em Kiev, que condena o ataque iraniano, alertando que ele pode levar ao agravamento da situação no Médio Oriente.

“O ataque demonstra por que é crítico que todas as forças do mundo livre estejam consolidadas para defender as fronteiras globais da democracia”, sustentou.

Depois, foi o próprio presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a afirmar que a Ucrânia condena o ataque iraniano contra Israel.

Do outro lado do Atlântico, houve reação também por parte do Brasil, que pediu "máxima contenção" ao Irão e a Israel, após os ataques iranianos no sábado à noite, e instou a comunidade internacional a mobilizar esforços para "evitar uma escalada".

Num comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores, o Executivo brasileiro disse estar a acompanhar a situação “com grave preocupação”. O Brasil não usa palavras de condenação ao ataque iraniano, em contraste com a condenação, na semana passada, do ataque israelita ao consulado iraniano em Damasco, escreveu a agência de notícias espanhola Efe.

Na nota destaca também que, desde o início do atual conflito na Faixa de Gaza, o Brasil tem alertado para o "potencial destrutivo do alastramento das hostilidades à Cisjordânia e para outros países, como Líbano, Síria, Iémen e, agora, o Irão".

Na Argentina, o gabinete do presidente Javier Milei expressou “solidariedade e compromisso” com Israel.

A Argentina “apoia o Estado de Israel na defesa da sua soberania, especialmente contra regimes que promovem o terror”, declarou.

A Jordânia, país vizinho de Israel, pediu o fim da “agressão israelita em Gaza” para evitar o alargamento do conflito no Médio Oriente, após o ataque iraniano com mísseis e 'drones' a Israel.

Amã alertou que, caso contrário, a segurança da região e do mundo "estarão ameaçadas".

Já é conhecida também a posição da Arábia Saudita, que manifestou "profunda preocupação" com o ataque sem precedentes do Irão contra Israel, pedindo "máxima moderação" para evitar um alargamento da guerra à região.

Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros lamentou "a evolução da escalada militar na região e a gravidade das suas repercussões" e exigiu ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que "assuma a sua responsabilidade na manutenção da paz e segurança internacionais".

São precisos esforços extraordinários naquela "região extremamente sensível pela paz e pela segurança globais", defendeu a diplomacia saudita. Caberá às Nações Unidas tomar medidas para "prevenir a escalada de uma crise que terá graves consequências se for alargada".

No Egito, o ministro dos Negócios Estrangeiros expressou também “profunda preocupação” com a escalada das hostilidades e apelou a “contenção máxima”.

Em comunicado, o Egito avisa para o risco da expansão do conflito na região e garantiu que vai estar “em contacto direto” com todas as partes envolvidas para tentar "conter a situação".

O Canadá, pela voz do primeiro-ministro Justin Trudeau, disse “condenar inequivocamente os ataques aéreos do Irão”.

“Estamos com Israel”, declarou.

A Áustria condenou o ataque, mostrando solidariedade para com Telavive e manifestando preocupação com o risco de escalada do conflito.

O chefe do Governo da Áustria, Karl Nehammer, pediu a Teerão que ponha fim a qualquer ação hostil.

Também a Hungria condena o ataque, com o primeiro-ministro Viktor Orbán a dizer que "está a rezar pela segurança do povo israelita".

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, considera que os ataques eram “previsíveis” e que “estamos no prelúdio da Terceira Guerra Mundial”.

"O apoio dos EUA, na prática, a um genocídio, incendiou o mundo. Toda a gente sabe como as guerras começam, mas ninguém sabe como acabam. Se ao menos o povo de Israel fosse suficientemente alto, como os seus antepassados, para travar a loucura do seu governante", afirmou em comunicado.

“As Nações Unidas devem reunir-se com urgência e devem comprometer-se imediatamente com a paz”, acrescentou.

A Venezuela atribui responsabilidade “ao genocídio na Palestina e à irracionalidade do regime israelita”, assim como “à inação do sistema das Nações Unidas”.

Segundo o Governo venezuelano, "a paz só será garantida quando a justiça e o direito internacional forem restaurados, especialmente no que diz respeito ao povo palestiniano e ao Estado da Palestina".

Ainda pelas Américas, o Governo do México disse estar preocupado com "o custo que a ação poderá ter em termos de milhares de vidas humanas".

Já o Chile referiu apenas a preocupação com a grave escalada das tensões no Oriente Médio e os ataques iranianos contra Israel", pela voz do ministro dos Negócios Estrangeiros, Alberto van Klaveren.

Também o Qatar pediu contenção a todas as partes envolvidas. Num comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros, é expressa “preocupação profunda” e pede-se uma reversão da escalada das hostilidades.

O Qatar pede também à comunidade internacional que tome “ação urgente” para diminuir as tensões.

Os Emirados Árabes Unidos apelaram à contenção para evitar repercussões perigosas no Médio Oriente, declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros, em comunicado.

O país apela à resolução dos conflitos através do diálogo e das vias diplomáticas.

O Paquistão manifestou "profunda preocupação" com a escalada da tensão no Médio Oriente.

"Os acontecimentos demonstram as consequências do colapso da diplomacia. Também destacam as graves implicações nos casos em que o Conselho de Segurança da ONU é incapaz de cumprir as suas responsabilidades de manutenção da paz e segurança internacionais", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros paquistanês num comunicado.

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