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ONG resgata 55 migrantes na costa da Líbia

A embarcação em madeira em que se encontravam navegava em áreas internacionais e um barco-patrulha líbio chegou ao local após o salvamento, mas não interveio, de acordo com a SOS Méditerranée.

Imagem de Arquivo.
Felipe Dana

Lusa

O navio-ambulância 'Ocean Viking', da SOS Méditerranée, resgatou 55 pessoas, incluindo quatro menores, que estavam numa "embarcação de madeira em perigo" ao largo da Líbia, segundo aquela organização não-governamental.

De acordo com a ONG, sediada em Marselha, no sul de França, as 55 pessoas estão bem, mas uma delas "desmaiou de exaustão enquanto embarcava" no 'Ocean Viking'.

A embarcação em madeira em que se encontravam navegava em áreas internacionais e um barco-patrulha líbio chegou ao local após o salvamento, mas não interveio, de acordo com a SOS Méditerranée.

As autoridades marítimas italianas designaram o porto de Livorno, no noroeste do país, para desembarcar os sobreviventes. Por sua vez, a ONG considerou que, por estar a 1.160 quilómetros do local do resgate, este está "muito longe".

Uma porta-voz da ONG, citada pela agência France-Presse (AFP), lamentou que "as pessoas resgatadas tenham de passar vários dias no mar, quando já estão exaustas e muito afetadas por tudo o que passaram".

Várias ONG têm criticado Itália por designar portos distantes dos locais de salvamento e, assim, prolongar os tempos de navegação.

SOS Méditerranée: este ano já morreram 41 migrantes

SOS Méditerranée resgatou mais de 39 mil pessoas no Mediterrâneo desde 2016, principalmente no Mediterrâneo Central, a rota migratória mais perigosa do mundo.

Em 2023, 3.105 migrantes morreram ou desapareceram depois de tentarem atravessar o Mediterrâneo para chegar à Europa, de acordo com os últimos números da Organização Internacional para as Migrações (OIM), uma agência da ONU.

Desde janeiro, 471 migrantes morreram ou desapareceram, segundo a mesma fonte.

Rotas do Mediterrâneo Central recuaram 70% no início do ano

O número de travessias irregulares das fronteiras externas da União Europeia (UE) manteve-se estável em 31.200 nos primeiro dois meses do ano, face ao período homólogo, segundo dados hoje divulgados pela agência europeia das fronteira, Os Frontex.

A rotas do Mediterrâneo Central (para a Itália) apresentou, em janeiro e fevereiro um recuo de 70%, tendo sido impedidas 4.315 entradas, seguida pela dos Balcãs Ocidentais (-65%, 3.049)

As maiores subidas, por seu lado, observaram-se nas rotas de África Ocidental (541%, para as 12.092) e do Mediterrâneo Oriental (para a Grécia, nomeadamente), com mais 117% totalizando 9.150 entradas irregulares.

Os três principais países de origem dos migrantes que tentam entrar irregularmente na UE são o Mali, a Síria e o Afeganistão.

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