A delegação do Hamas, presente no Egito desde domingo para negociar uma eventual trégua na Faixa de Gaza, "deixou o Cairo" esta quinta-feira, anunciou a imprensa egípcia.
As negociações entre representantes do grupo islamita palestiniano, Egito, Qatar e Estados Unidos "serão retomadas na próxima semana", referiu a televisão pró-governamental Al-Qahera News, citando um responsável do grupo de negociadores.
Negociações suspensas até ao Ramadão
Com este adiamento, as negociações só irão recomeçar depois de 10 de março, primeiro dia do Ramadão, o mês sagrado de jejum dos muçulmanos, questão que os mediadores queriam evitar.
Na quarta-feira, os países mediadores ainda tentavam chegar a um acordo antes do Ramadão, tendo enviado ao Estado judaico uma nova proposta do grupo islamita.
A proposta exigia, segundo uma fonte de segurança egípcia citada pela agência de notícias espanhola Efe, que Israel cessasse os ataques contra a Faixa de Gaza uma semana antes do início da troca de reféns, e que retirasse definitivamente as suas tropas do enclave palestiniano, num processo com "garantes internacionais".
Entre os pontos essenciais, o Hamas também exige liberdade de movimentos na Faixa de Gaza, e regresso sem condições dos deslocados aos seus lugares de origem.
Uma semana após o fim total dos ataques contra Gaza terá início o processo progressivo de troca dos presos, e que apenas prosseguirá caso Israel cumpra a interrupção total dos ataques ao enclave e a retirada total das suas tropas, segundo a mesma fonte.
Partes estão de acordo nos “pontos básicos”
Fontes palestinianas e egípcias citadas pela EFE assinalaram que as partes chegaram a um acordo nos "pontos básicos", apesar de permanecerem alguns obstáculos.
Os mediadores - Qatar, Egito e Estados Unidos - procuram uma solução intermédia para aproximar as posições, apesar de as negociações parecerem bloqueadas de momento, ainda segundo o responsável egípcio.
Israel não participa diretamente nestes encontros no Cairo, após o Hamas ter referido que ainda não conseguia disponibilizar uma lista dos reféns ainda com vida, argumentando problemas logísticos.
Diversas fontes referem que alguns dos 134 reféns estão na posse de outros grupos ou milícias que permanecem incomunicáveis no enclave, e que mais de 30 estarão mortos, segundo ao Hamas devido aos bombardeamentos israelitas.