O editor de internacional do Expresso aborda, em direto na antena da SIC Notícias, o acordo que estava em cima da mesa entre Israel e Hamas, mas que acabou por cair por terra.
Pedro Cordeiro garante que "não há acordo" depois de as negociações, que estavam a ser levadas a cabo no Cairo, terem caído. Acrescenta que "terá havido a exploração de alguns pontos de princípio", porém sem sucesso.
"Ficamos a zero. É o que temos tido. Temos tido, de vez em quando, notícias de que poderá haver um avanço, mas depois ele não se verifica. Julgo que haverá pormenores que são linhas vermelhas para um lado e para o outro e que não estão a conseguir ser ultrapassados neste momento", diz.
O jornalista crê que, neste momento, só Joe Biden pode fazer "pressão" junto de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelita, para que este declare um cessar-fogo em Gaza:
"Se o Presidente dos Estados Unidos não puder, então mais ninguém pode", dado que "não há nenhum país no mundo que tenha tanta influência sobre Israel como os Estados Unidos da América".
“Liberdade pessoal de Netanyahu condicionada” pela guerra
Faz notar que o Governo israelita é formado por uma coligação de direita com extrema-direita, que recusa de forma veemente um acordo com o grupo militar palestiniano. Contudo, existe outra questão que está a impedir o desenvolvimento favorável de uma trégua:
"O próprio primeiro-ministro israelita tem a sua sobrevivência política e mesmo a sua liberdade pessoal condicionada a esta guerra. Se esta guerra acabar, o Governo acabar, ele perder as eleições - que é o mais certo – e acabar por ser julgado pelos crimes de corrupção de que está acusado, há uma probabilidade forte de acabar atrás das grades".
Pedro Cordeiro entende que qualquer Governo que estivesse no poder em Israel iria responder de forma contundente aos ataques de 7 de outubro do Hamas. Por outro lado, "a condução de negociações e a abertura para pausas humanitárias" poderia ser diferente caso não houvesse um Executivo "extremista em Israel".