A contraofensiva ucraniana de 2023 não teve sucesso e desde então Moscovo tem prosseguido com a lenta investida ao longo do flanco leste. O objetivo é o de assumir o controlo de mais território ucraniano.
Meses de impasse deram tempo às forças russas para construir quilómetros de linhas defensivas com fortificações e valas antitanque, campos minados, trincheiras e bunkers.
Anunciada para a Primavera, a contraofensiva só arrancou em junho, sem efeito surpresa no inimigo, mas com elevado entusiasmo entre as forças ucranianas.
Fortemente defendidas, as posições russas revelaram-se difíceis de transpor e, ainda que com ganhos no terreno, os avanços ucranianos foram lentos e de dimensão modesta.
Ainda que bem equipadas, graças às contribuições internacionais, a realidade é que dois meses depois da contraofensiva ter tido início as tropas ucranianas no terreno já denunciavam falta de material militar.
Os primeiros caças F-16 Falcon doados à Ucrânia só devem chegar em junho. No campo de batalha, a proliferação de drones foi notória.
As trincheiras oferecem proteção, mas assim que identificadas a partir do ar ficam expostas à artilharia e aos drones kamikaze, guiados por controlo remoto.
A capacidade ofensiva de Kiev foi dramaticamente reduzida ainda antes de 2023 terminar.
A súbita guerra entre Israel e o Hamas desviou as atenções de Washington para o Médio Oriente e, em novembro, a negligência acentuou-se, com os republicanos a bloquear os fundos garantidos pela administração Biden a Kiev.
A ajuda militar não chegou em janeiro, como prometido. As munições tiveram que ser racionadas e a desigualdade numérica entre os exércitos é indiscutível.
O projeto lei de Zelensky para mobilizar meio milhão de soldados ainda está em discussão.
Já a Rússia diz ter 600 mil homens na frente e uma economia dedicada na totalidade ao esforço de guerra.