A SIC viajou a bordo de um avião numa missão da NATO. No norte da Polónia, para além da vigilância, o foco das patrulhas é também evitar qualquer tentativa de incursão não autorizada no espaço aéreo dos Aliados.
07:00 da manhã: o sistema AWACS, os olhos da NATO no céu, prepara-se para vigiar o espaço aéreo dos países da zona leste da Aliança Atlântica. A mecânica de voo dá início à missão do dia, ainda na base aérea de Geilenkirchen, na Alemanha.
A bandeira portuguesa é a primeira a entrar no avião.
Um dia antes, a Sargento-ajudante Carla comemorava 31 anos na Força Aérea Portuguesa, metade deles a bordo de um C130. Agora, celebra no cockpit de um E-3A, o primeiro voo quase 100% feminino do sistema de vigilância aérea da NATO.
“Sou eu que faço o preflight ao avião, vejo se está tudo a funcionar e que depois dou arranque aos motores, ajudo os pilotos e monitorizo os sistemas do avião”, disse à SIC.
A NATO aumentou substancialmente a presença na parte oriental da Aliança desde o início da invasão russa à Ucrânia. Nos últimos dois anos, o foco das patrulhas aéreas passou a ser o flanco leste, não apenas para vigiar, mas também dissuadir qualquer incursão não autorizada no espaço aéreo dos Aliados.
O sistema AWACS opera geralmente a uma altitude de 10 quilómetros. Com um radar de longo-alcance, consegue monitorizar num raio de 400 quilómetros.
É a partir do ar que as ameaças são geralmente localizadas, já fora do espaço aéreo dos Aliados. São então comunicadas às forças terrestres.
O AWACS não se fica por vigiar. Outra componente importante passa pelo comando de aviões de combate durante operações e exercícios militares, entre muitas outras missões.