Um homem de nacionalidade brasileira foi condenado nos Países Baixos, esta quinta-feira, por ter morto com facadas um jovem de 21 anos. O detido de 26 anos já tinha sido intercetado no aeroporto de Lisboa pelo SEF, em fevereiro do ano passado, após ter sido encontrada carne na sua mala, que se suspeitou ser de humano.
O jovem Alan Lopes terá sido assassinado o ano passado, no dia 26 de fevereiro, mas a sentença do homicida só foi divulgada esta quinta-feira.
A justiça dos Países Baixos decidiu que o cidadão brasileiro Begoleã Fernandes vai ser internado, para tratamento psiquiátrico, após ter assassinado Alan Lopes de 21 anos, tendo ainda de pagar uma indemnização à família da vítima.
A justiça concordou com a avaliação do Ministério Público do país, que defende que o brasileiro é esquizofrénico e incapaz de responder pelo crime.
De acordo com a justiça dos Países Baixos, o homicida desenvolveu um delírio com a vítima, em que Alan Fernandes era canibal e o ia matar, para depois o poder comer.
O tratamento psiquiátrico vai ser pago pelo Governo dos Países Baixos e o homicida só será libertado quando estiver curado e com capacidades para conviver em sociedade.
A justiça dos Países Baixos determinou que Begoleã Fernandes terá de pagar 27,6 mil euros à mãe da vítima e 17,5 mil euros ao pai, pelos traumas morais causados.
26 de fevereiro de 2023: a captura em Lisboa
O portal de notícias da Globo (G1) contou, em março do ano passado, que Begoleã Fernandes foi intercetado no aeroporto de Lisboa a 26 de fevereiro de 2023, quando regressava dos Países Baixos com destino a Belo Horizonte, no Brasil.
O facto de ter apresentado um passaporte de nacionalidade italiana, bem como outros documentos de identificação em nome de terceiros, levantou suspeitas às autoridades, que ficaram surpreendias quando, ao investigarem a sua mala, descobriam roupas sujas de sangue e uma embalagem com pedaços de carne.
Suspeitou-se que seria carne humana, mas, no entanto, o material genético foi analisado pelo Instituto de Medicina Legal português, que esclareceu que a amostra investigada era de origem bovina.
Duas semanas após ser apanhado em Lisboa, Begoleã Fernandes foi extraditado para os Países Baixos, onde está preso desde 13 de março de 2023.
A defesa de Begoleã Fernandes tem agora duas semanas para recorrer da decisão.