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"A Ucrânia tem de ser apoiada para bem de todos nós. Os russos estão a preparar uma ofensiva"

O Coronel José Henriques considera muito importante a aprovação da ajuda da UE à Ucrânia. No outro cenário de negociações no Médio Oriente, diz que o facto de o líder do Hamas se deslocar ao Cairo "é um barrete que o Hamas nos quer enfiar a todos".

SIC Notícias

Os líderes da União Europeia (UE) chegaram esta quinta-feira a acordo sobre um apoio financeiro de 50 mil milhões de euros à Ucrânia, após um retrocesso húngaro, no Conselho Europeu extraordinário em Bruxelas.

Um apoio que “é capital” para a Ucrânia, sublinha o Coronel José Henriques, lembrando que “está a cair sobre a União Europeia o que sucede nos Estados Unidos, nas negativas e afirmativas do Senado e do Congresso relativamente à continuação do apoio à Ucrânia”.

“Os ucranianos estão muito dependentes do nosso apoio. Não é só o apoio militar e o apoio à sua própria existência, à sua vida, aos seus funcionários, às suas pessoas, a tudo aquilo que a Ucrânia precisa, à sua reconstrução, porque a Ucrânia está desfeita, porque esta é a verdade. A Ucrânia foi atacada de uma forma terrível por uma superpotência”.

Com este pacote de ajuda, quando há ainda um impasse dos Estados Unidos sobre o apoio à Ucrânia, “a União Europeia mostra que tem toda a vontade de o fazer”.

“O pobre quando recebe qualquer coisa, recebe de braços abertos. A Ucrânia está numa necessidade tremenda de receber um apoio económico, apoio que lhe dê vida, que lhe dê possibilidade de continuar a sua luta”.

No lado militar em operação militar, coloca-se a questão: a União Europeia está a disponibilizar verbas, mas não tem capacidade de produção de material militar. “É uma possibilidade trágica” que os ucranianos tenham que adquirir material militares e munições aos norte-americanos com dinheiro disponibilizado pela União Europeia.

“Neste momento, a Ucrânia necessita de munições de artilharia, necessita de munições e material antiaéreo, porque a Ucrânia tem que defender a profundidade do seu território, que está a ser massacrada pelos russos. E mais do que isso, a Ucrânia precisa de um apoio muito grande no que diz respeito à sua estrutura militar, que lhe permita entrar agora numa situação defensiva, porque vai entrar numa situação defensiva, já está a planear”.

Segundo o Coronel José Henriques, a Ucrânia tem problemas ao nível do comando da Ucrânia, como se viu com a questão entre Zelensky e o chefe das Forças Armadas Zaluzhnyi,

"O que isto significa, no global da guerra, é que a Ucrânia ou é devidamente apoiada pelo Ocidente alargado ou está em muito maus lençóis".

O fracasso da contraofensiva deve-se à carestia de meios da Ucrânia para lançar uma ofensiva em grande escala.

“A Ucrânia tem de ser apoiada para bem de todos nós. Os russos estão a preparar uma ofensiva, não tenhamos dúvidas, absolutamente nenhumas”.

Negociações no Médio Oriente

O facto de o líder do Hamas ir ao Egito para tentar negociar a libertação de reféns não será mais que um “show off”.

"Eu direi, falando em bom português, um barrete que o Hamas nos quer enfiar a todos. Porque o Hamas à partida, diz: ‘só libertamos prisioneiros se os israelitas cessarem imediatamente fogo e retirarem as suas forças de Gaza’,

Mas isso Netanyahu não vai aceitar.

“Isso é capitulação, isso é dizer assim, vale a pena ser terrorista e fazer todas as barbaridades que eles fizeram, porque no fundo, vão ganhar”.

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