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"Ou acontece algo de outro mundo, ou a guerra na Ucrânia está para durar"

José Milhazes, comentador SIC, afirma que "não há nada que possa prever que uma das partes vai ceder", mas afirma que há dois cenários, ainda que menos prováveis, capazes de ditar um fim ao conflito na Ucrânia.

José Milhazes

O presidente do Comité Militar da NATO afirmou que a guerra está num impasse. Citado pela Sky News, Rob Bauer admite que os ataques russos foram devastadores em termos de mortes, mas não são militarmente eficazes. Já a Ucrânia falou de paz no Fórum Económico Mundial, numa conversa em que a Rússia ficou de fora.

Um porta voz do Kremlin já disse que as aspirações da Ucrânia em entrar na NATO vão impedir o processo de paz. Mas José Milhazes considera que “este não é o único problema”.

“A Rússia não pode perder a face. E Putin já começa a deixar fugir a palavra para a verdade. Na terça feira, falou em territórios conquistados, que nunca vão entregar territórios conquistados. Penso que estamos e vamos continuar a estar nesta situação. (…) Não há nada que possa prever que uma das partes vai ceder. Se as coisas se complicarem para um dos lados, aí os cenários podem mudar”, afirma o comentador SIC.

José Milhazes diz que, na Rússia, não existe ainda nada capaz de “criar um movimento nacional que ponha em causa o regime de Putin”, mesmo em plena campanha eleitoral. Ainda que pouco prováveis, “há só duas maneiras" da guerra acabar mais cedo que se perspetiva.

“Ou o Ocidente abandona a Ucrânia e o país sucumbe ao poderio russo, mas vai continuar a resistir durante muitos anos, ou então acontecem mudanças profundas na elite russa, e aí possa começar algum movimento no sentido de encontrar um caminho para a paz”, analisa Milhazes, considerando que a tendência é de um conflito “extremamente longo, que vai demorar anos, e que nunca sabemos o que poderá acontecer no caminho”.

NATO dá “sinal” à Rússia

A NATO está prestes a começar os maiores exercícios militares em décadas, o que “pode ser um sinal à Rússia”, mas que não deverá ter “grandes efeitos”.

“Pode ser um sinal a Rússia, de que a NATO não vai aceitar que a Rússia imponha condições na formação da nova ordem mundial, que não faz o que quer e que tem que respeitar o direito internacional. Se terá efeito ou não? Acho que não”, considera o comentador SIC.

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