Os novos Reis da Dinamarca são proclamados este domingo, depois do anúncio surpresa de Margarida II, na mensagem transmitida em véspera de Ano Novo, na qual comunicou que abdicaria a favor de seu filho mais velho, de 55 anos. Frederico X tem a seu lado Mary, uma australiana de 51 anos que conheceu em Sydney e com quem casou em 2004.
A nova monarca tem tido um papel revelante na forma como o casal tem procurado equilibrar as obrigações reais com uma vida familiar moderna e um envolvimento em causas progressistas, ajudando a manter a monarquia relevante e popular na Dinamarca.
O casal assumirá o trono num momento de enorme apoio público e entusiasmo pela monarquia neste país nórdico, mostram as mais recentes sondagens. A pesquisa de opinião feitas depois da Rainha Margarida ter anunciado que abdicaria, indicam que 82% dos dinamarqueses esperam que Frederico X venha a ter um bom desempenho como monarca, enquanto 86% disseram o mesmo em relação a Mary Donaldson.
Os modos diplomáticos e tradicionais da Rainha Margarida e o interesse pela história e pela arte trouxeram-lhe forte apoio da população. O novo casal real, por outro lado, usa a fama como influenciadores para modernizar a monarquia.
A luta que têm travado pelas questões ambientais, pela sustentabilidade, pela saúde pública e pelos direitos das raparigas e das mulheres em todo o mundo também teve boa aceitação junto do povo dinamarquês.
"Em muitos aspetos, são um casal moderno e com poder igualitário, podemos dizer que são mais ativistas e usam o seu status para tornar o mundo um lugar um pouco melhor", considerou à agência Reuters Jakob Steen Olsen, comentador especializado na monarquia dinamarquesa.
O casal foi visto nas ruas de Copenhaga a levar os filhos à escola de bicicleta, um meio de transporte popular para os dinamarqueses, um povo preocupado com as alterações climáticas.
Ao contrário da mãe Margarida II, que fumou muito durante a maior parte da vida, o filho é um defensor de estilos de vida ativos e saudáveis, organiza um evento de corrida extremamente popular, Royal Run, onde se juntam milhares de dinamarqueses a correr pelas ruas de Copenhaga e outras cidades do país.
“É a sua forma de modernizar a monarquia e mantê-la relevante para as gerações futuras”, disse Olsen.
Os dois foram apresentados por amigos em comum numa festa em Sydney durante os Jogos Olímpicos de 2000. Mais tarde, Mary disse numa entrevista que quando o conheceu não sabia que era um membro da realeza dinamarquesa
O casamento aconteceu quatro anos depois, numa grande cerimónia em Copenhaga. Têm agora quatro filhos, o príncipe Christian, de 18 anos, herdeiro do trono, a princesa Isabelle, de 16, e os gêmeos Princesa Josephine e Príncipe Vincent, ambos de 13.
“Um pequeno toque australiano” na monarquia dinamarquesa
Mary Elizabeth Donaldson nasceu em Hobart, na ilha da Tasmânia, e é provavelmente mais popular do que o marido. Conquistou a admiração do povo ao conseguir dominar a língua dinamarquesa em poucos meses, depois de chegar ao país.
Disse que queria trazer “um pequeno toque australiano” ao seu papel de princesa. Trabalhou como patrocinadora de diversas organizações com causas com as quais se identifica, incluindo os direitos das crianças e das mulheres e a sustentabilidade na moda.
Em 2007, anunciou a criação do The Mary Foundation, cujo principal foco é a cooperação no entendimento da diversidade cultural.