Os Guardas da Revolução, o exército ideológico do Irão, acusaram esta segunda-feira Israel de matar um dos seus comandantes num ataque na Síria e prometeram vingar a sua morte.
De acordo com a televisão estatal iraniana, a casa do general Razi Moussavi foi alvo de um ataque com "três mísseis" no bairro de Sayeda Zeinab, a sul de Damasco. O canal transmitiu imagens de colunas de fumo a sair da zona.
A República Islâmica é um dos principais apoiantes do Hamas, que no ataque de 7 de outubro matou cerca de 1.140 pessoas, na sua maioria civis, em Israel.
Quem era o comandante iraniano?
Em comunicado, os Guardas da Revolução apresentam o "brigadeiro-general Moussavi" como "chefe logístico do eixo da resistência" (grupos armados que combatem Israel) na Síria.
Moussavi era companheiro do general Qassem Soleimani, chefe da unidade de elite dos Guardas da Revolução e uma figura-chave da República Islâmica no Médio Oriente, que foi morto num ataque dos EUA no Iraque no início de 2020, de acordo com a agência iraniana Irna.
Exército israelita “não comenta notícias”
Questionado sobre o ataque, o exército israelita disse que "não comenta notícias de meios de comunicação estrangeiros".
Israel, que raramente comenta as suas operações na Síria, diz que quer impedir que o Irão, seu inimigo declarado, ganhe uma posição à sua porta.
País “irá certamente pagar pelo crime”
O Irão, que não reconhece a existência de Israel, considera-se, juntamente com o Governo da Síria, o Hezbollah libanês, o movimento palestiniano Hamas, grupos iraquianos e rebeldes iemenitas Houthi, o "eixo de resistência" a Israel no Médio Oriente.
"Razi Moussavi foi morto num ataque do regime sionista" na Síria, anunciaram os Guardas da Revolução, acrescentando que "não há dúvida de que o regime sionista (...) vai pagar por este crime".
Também o Presidente iraniano, Ebrahim Raissi, acusou Israel do ataque.
"Esta ação é, sem dúvida, mais um sinal de frustração, impotência e incapacidade do regime sionista usurpador na região", afirmou em comunicado, acrescentando que o Israel "irá certamente pagar por este crime".
Já o embaixador iraniano na Síria, Hossein Akbari, afirmou à agência iraniana Mehr que "a casa do general foi alvo, durante a tarde, de três mísseis do regime sionista", que o edifício "foi destruído" e o corpo "encontrado no pátio".