O inverno chega dentro de dois dias e é para milhares de ucranianos o segundo que se vive em guerra e com dificuldade acrescida.
De Bakhmut, no leste da Ucrânia, já sobra muito pouco. Foi de lá que fugiu Olha de 39 anos, juíza de profissão, que pede que não seja divulgada a cidade ucraniana onde se encontra.
Apesar de não estar em Bakhmut, não se encontra muito longe da linha da frente e continua a ser responsável pelo juízo da cidade ucraniana.
"Aquilo que mais me motiva é a perspetiva de ajudar as pessoas a resolverem os seus problemas. Já não há Bakhmut, mas ainda há as pessoas. E claro, esperamos, a dada altura, recuperar a nossa cidade. Como tal, estamos a trabalhar em prol das pessoas de Bakhmut", conta Olha Konoplenko, juíza.
Há gente que quer ser compensada por tudo o que perdeu e outra que acaba julgada por colaborar com o inimigo. Por vezes, o julgamento prossegue mesmo com o risco para todos na sala de audiências.
Existe uma grande falta de juízes na Ucrânia, boa parte fugiu quando os russos chegaram e o governo ucraniano abriu um concurso, mas quando alguém se inscreve e é aceite raramente concorda em ir julgar para o leste do país.