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Novos ataques israelitas na Faixa de Gaza

Pelo menos 36 pessoas morreram esta madrugada em ataques lançados esta madrugada pelo exército israelita em Gaza e cinco morreram na Cisjordânia.

AMIR COHEN

SIC Notícias

Pelo menos 36 pessoas morreram hoje durante a madrugada em bombardeamentos israelitas nos campos de refugiados de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, e em Deir al Balah, no centro, informou a agência oficial palestiniana Wafa. Na Cisjordânia, cinco palestinianos morreram num ataque israelita com drones contra Tulkarem, no norte da Cisjordânia ocupada, elevando para 500 o número de pessoas mortas neste território em acontecimentos violentos com Israel este ano.

"Os bombardeamentos tiveram como objetivo casas civis, segundo testemunhas locais", noticiou a Wafa, ao 72.º segundo dia de guerra entre Israel e o movimento islamita Hamas.

As equipas de emergência resgataram os corpos de pelo menos 24 pessoas em Jabalia, que foi um dos locais onde se centraram os combates nas últimas semanas. Quase cem pessoas ficaram feridas e ainda há dezenas debaixo dos escombros.

No campo de refugiados de Deir al Balah, onde milhares de pessoas procuraram refúgio depois de terem de sair do norte, morreram pelo menos 12 palestinianos, de acordo com os serviços de emergência citados pela Wafa.

No sul, na cidade de Jan Yunis -- outro dos bastiões do Hamas e centro dos combates -- a artilharia israelita disparou um míssil, que não chegou a explodir, para o hospital Nasser, que alberga centenas de feridos e deslocados.

As forças navais israelitas atacaram várias zonas a norte da província de Jan Yunis e da sua costa ocidental, indicou a Wafa.

Durante a noite também ocorreram bombardeamentos aéreos sobre o bairro de Al Jenena, em Rafah, no extremo meridional da Faixa, declarada por Israel como "zona humanitária", alegadamente segura, onde se concentra mais de um milhão de pessoas que fugiram dos combates noutros pontos do enclave.

Cinco mortos no norte da Cisjordânia

Cinco palestinianos morreram hoje num ataque israelita com drones contra Tulkarem, no norte da Cisjordânia ocupada, elevando para 500 o número de pessoas mortas neste território em acontecimentos violentos com Israel este ano. Este é número mais elevado desde 2002, o pico da violência da Segunda Intifada.

Os cinco jovens morreram durante "a agressão de Israel" ao campo de refugiados de Nur Shams, de Tulkarem, "quando os drones da ocupação bombardearam o local", que foi alvo de dezenas de ataques das tropas israelitas desde que começou a guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza, em 07 de outubro.

Desde essa data, morreram 297 palestinianos em toda a Cisjordânia, em confrontos com o Exército israelita ou com colonos, mais de metade do total de 505 mortos este ano.

Netanyahu defende que a pressão militar é necessária para libertar os reféns

Estarão em curso novas negociações para a libertação de reféns do Hamas, através da mediação do Qatar. Os familiares pressionam o Governo israelita, depois de três reféns terem sido mortos por engano.

Os familiares dos reféns intensificaram os apelos ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, para que chegue a um acordo sobre a libertação dos prisioneiros, depois de o exército ter admitido ter matado "por engano" três reféns naquele território palestiniano.

Os três reféns mortos encontravam-se entre as cerca de 250 pessoas capturadas no ataque sem precedentes lançado pelo Hamas em solo israelita a 07 de outubro, que causou 1.140 mortos, de acordo com os últimos números fornecidos pelas autoridades israelitas.

O primeiro-ministro israelita afirmou, no sábado, que "a pressão militar é necessária tanto para o regresso dos reféns como para garantir a vitória sobre os inimigos".

Mas Benjamin Netanyahu também pareceu confirmar que o Qatar estava a fazer esforços diplomáticos para garantir a libertação de mais reféns: "temos sérias críticas em relação ao Qatar, que, presumo, serão conhecidas a seu tempo, mas, de momento, estamos a tentar concluir a recuperação dos nossos reféns".

No mesmo dia, o Qatar confirmou "esforços diplomáticos em curso para renovar a pausa humanitária".

No entanto, numa mensagem publicada na rede social Telegram, o Hamas reiterou ser "contra qualquer negociação sobre a troca de prisioneiros até que a agressão contra o povo palestiniano cesse completamente".

Com Lusa

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