Israel sofreu na terça-feira o maior número de baixas no último mês de conflito com o Hamas: ao mesmo tempo que se verifica um isolamento diplomático: uma esmagadora maioria de países votou, na Assembleia Geral das Nações Unidas, por um cessar-fogo humanitário urgente.
Terá sido o dia mais mortífero para as forças armadas israelitas desde o final de outubro: dez militares, incluindo dois de alta patente, perderam a vida em dois incidentes em separado perto da capital, no norte da Faixa de Gaza.
Ao que tudo indica, a maioria terá sido vítima de um emboscada por parte do Hamas. Ao todo, desde o inicio deste conflito terão morrido cerca de 115 militares israelitas.
As mortes de soldados israelitas ocorrem depois de mais de 3/4 dos países que compõem a Assembleia Geral das Nações Unidas terem votado - depois da invocação extraordinária do artigo 99 por parte do Secretário Geral - a favor de um cessar-fogo imediato em Gaza, num voto sem poder vinculativo. 153 votos a favor, 23 abstenções e 10 contra que desuniu blocos que habitualmente votam em conjunto com os Estados Unidos como a Austrália e a Nova Zelândia.
Os Estados Unidos mantêm o apoio ofensiva israelita apesar de Joe Biden ter alertado para a quebra do apoio internacional. O presidente norte-americano respondeu quanto à possibilidade muitas vezes repetida mas não confirmada da inundação dos túneis de Gaza com água do mar quando falta resgatar mais de 130 reféns.
O ambiente continua explosivo com demolições de prédios de palestinianos em Jerusalém oriental e dias seguidos com raides israelitas na Cisjordânia que provocaram a morte de sete pessoas em Jenin.
Nações Unidas denunciam condições precárias em Gaza
As agências das Nações Unidas dizem que as condições precárias em que milhares de pessoas sobrevivem em Gaza estão a multiplicar os casos de doenças infecciosas.
Além da ofensiva militar aérea e terrestre, a população de Gaza enfrenta um bloqueio total que há mais de dois meses impede o regular abastecimento de água, de energia, de combustíveis, de bens alimentares e de medicamentos.
Estas carências não estão a ser supridas pela ajuda a conta gotas que tem entrado no território e são agravadas pelo facto de mais de 90 por cento da população estar deslocada, grande parte a viver em abrigos sobrelotados ou em tendas que não resistem a uma noite de chuva.
As organizações humanitárias alertam para a necessidade imperiosa de um cessar-fogo imediato que permita fazer chegar ajuda vital aos mais vulneráveis.
As agências humanitárias dizem que com os hospitais e tudo o resto em colapso, quem conseguir escapar aos bombardeamentos, poderá não conseguir sobreviver à fome e às doenças.