No último dia de cessar-fogo entre Israel e o Hamas - e quando já se discute uma extensão das tréguas -, há um impasse na libertação de 11 reféns israelitas. Em cima da mesa está a quebra de um dos pontos do acordo e as autoridades israelitas já pediram ao Qatar e ao Egito, que assumiram o papel de mediadores, que intercedam para resolver esta questão.
Este cenário foi avançado na SIC Notícias, na manhã desta segunda-feira, pelo correspondente SIC no Médio Oriente, Henrique Cymerman, que revela ainda qual o ponto que está em causa.
“As minhas fontes em Jerusalém dizem-me que houve um acordo entre o Qatar, o Egito, Israel e o Hamas em que as famílias que vão ser libertadas em nenhum caso seriam separadas. Mães e filhos, por exemplo. E, segundo parece, nessa lista de 11 israelitas que devem ser libertados há vários casos como este. Então, Israel está a pedir apoio ao Qatar e ao Egito, os mediadores que já resolveram uma crise grande no segundo dia de cessar-fogo”, explica o jornalista.
Neste momento, “Israel não aceita que separem mães e filhas, como aconteceu a uma das meninas, de 15 anos, que foi libertada sem a mãe”.
“Depois de ter estado com a mãe nos túneis, presa durante 50 dias, separaram mãe e filha dois dias antes da libertação. A menina voltou para Israel e o Hamas diz que não sabe onde está a mãe”, acrescenta Henrique Cymerman, sublinhando que “casos como estes Israel não quer aceitar e diz que o acordo com o Qatar e o Egito indica que as famílias têm de ser devolvidas juntas”.
Já sobre uma possível extensão das tréguas, o correspondente da SIC identifica “um interesse claro do líder do Hamas de prolongar o mais possível o cessar-fogo para tentar melhorar posições”, pois “compreende que Israel, depois do cessar-fogo, vai voltar ao ataque”.
“Ao mesmo tempo, Israel tem interesse em receber o máximo possível de reféns que ainda estão vivos. Sabe-se que alguns dos reféns estão mortos, foram executados nos últimos dias ou no princípio, depois do massacre de 7 de outubro”, refere ainda Henrique Cymerman.