O deputado populista Javier Milei venceu este domingo a segunda volta das presidenciais na Argentina, derrotando o ministro da Economia, Sergio Massa, num escrutínio que levou às urnas mais de 70% dos eleitores.
Os resultados oficiais ainda não foram divulgados mas Sergio Massa já discursou para reconhecer a derrota nas eleições e conceder a vitória a Milei, que é apoiado pelo ex-presidente Mauricio Macri e define-se como um “anarco-capitalista”.
Javier Milei, 53 anos, "é o Presidente que a maioria dos argentinos elegeu para os próximos quatro anos", declarou Massa, o candidato mais votado na primeira volta em 22 de outubro.
Pouco antes do anúncio dos resultados oficiais, indicou perante os seus apoiantes, reunidos na sede de campanha em Buenos Aires, que telefonou a Milei para "o felicitar e desejar boa sorte".
Com perto de 87% dos votos contados, Javier Milei segue com 55,95% e Sergio Massa com 44,04%, segundo resultados parciais oficiais.
Fim de uma etapa para Massa
"Hoje acaba uma etapa da minha vida política", anunciou o candidato oficialista Sergio Massa perante os seus apoiantes.
"Mas saibam que sempre contarão comigo para defender os valores do trabalho, a educação pública, a indústria nacional e o federalismo como valores centrais da Argentina", assinalou o candidato do bloco peronista.
Apoiante de Trump com políticas radicais
Milei, um declarado apoiante do ex-presidente norte-americano Donald Trump, prometeu durante a campanha introduzir o dólar dos Estados Unidos como moeda nacional, para combater a inflação de três dígitos, entre outras ruturas nas políticas económicas e financeiras do país.
Outra proposta é uma redução drástica do número de ministérios, para apenas oito, o que levou o seu adversário a afirmar durante a campanha que estava em causa prestação de serviços essenciais à população, incluindo Saúde e Educação.
Na primeira volta, em 22 de outubro, Sergio Massa obteve 36,78% dos votos, enquanto Milei, que é apoiado pelo ex-presidente Mauricio Macri e se define como um "anarco-capitalista" - uma forma extrema de liberalismo defensora de uma sociedade capitalista sem Estado - ficou com 29,99%.
Para a reta final da eleição, Milei obteve o apoio da terceira classificada na primeira volta, Patricia Bullrich.
Tomada de posse a 10 de dezembro
O próximo presidente argentino, que sucederá ao peronista Alberto Fernández (2019-2023), governará a partir de 10 de dezembro para o período 2023-2027.
As mesas de voto para a segunda volta das eleições presidenciais argentinas de hoje encerraram às 18:00 locais (21:00 em Lisboa), com a participação em 76%, informaram fontes oficiais.
A Câmara Nacional Eleitoral (CNE) argentina indicou que 76% dos 35,8 milhões de argentinos habilitados para votar acudiram às urnas para escolher entre Massa e Milei.
A confirmar-se esta participação nos resultados finais, que serão divulgados durante a próxima semana, será a participação mais baixa desde o regresso à democracia após a última ditadura militar (1976-1983), segundo a agência EFE.
O anterior mínimo data de 2007, quando se registou uma participação de 76,20%.
O voto é obrigatório para cidadãos entre 18 e 70 anos e facultativo para idosos e jovens de 16 e 17 anos, bem como para aqueles que vivem no exterior.
Com agências