Donald Trump solicitou esta quarta-feira o anulamento do julgamento em que é acusado, com dois filhos e executivos da Organização Trump, de inflacionar os valores dos ativos para conseguir condições favoráveis de bancos e seguradoras.
Para fundamentar a pretensão, Trump argumentou que o juiz que preside ao julgamento, que decorre em Nova Iorque, e a sua assistente têm preconceitos políticos.
Os advogados do multimilionário apresentaram o pedido no Supremo Tribunal, em Manhattan, onde decorre o julgamento, que começou em 02 de outubro e tem o fim previsto para meados de dezembro.
"A evidência de parcialidade aparente e real é tangível", indicou-se no documento apresentado pelos advogados, publicado na plataforma do sistema judicial.
"Tais provas, junto com um desvio inédito do procedimento judicial padrão, contaminaram os procedimentos e justificam a anulação do julgamento", acrescentou-se.
“Atividades extrajudiciais”
Os advogados argumentaram que o juiz Arthur F. Engoron realizou "atividades extrajudiciais" que consideraram "inapropriadas", como incluir artigos sobre o caso em um boletim informativo para ex-alunos da sua escola secundária.
Também apontaram os donativos políticos da assistente, Allison Greenfield, que já foi criticada, em termos pessoais, por Trump.
Estas críticas levaram mesmo o juiz a ordenar a Trump que não faça comentários públicos sobre o pessoal do tribunal.
Trump, que também tem criticado Engoron com frequência, já foi multado em 15 mil dólares, depois de o juiz ter considerado que desrespeitou aquela ordem por duas vezes.
A decisão sobre a pretensão dos advogados de Trump vai ser tomada por Engoron, sendo esperado que a recuse.
O julgamento decorre da acusação feita pela Procuradoria-Geral estadual e estão em causa alegadas ilegalidades na Organização Trump e uma indemnização por danos em torno dos 250 milhões de dólares.