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Ucrânia: Conselho de Defesa retira 275 crianças do distrito de Kupiansk

A razão é "um aumento no fogo de artilharia inimiga", justificou o Conselho de Defesa de Kharkiv, observando que as pessoas retiradas receberão alojamento temporário e apoio de organizações humanitárias.

Crianças com uma arma de brincar na região de Kupiansk, na Ucrânia
Kostiantyn Liberov

Lusa

Os autoridades de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, vão retirar compulsivamente 275 crianças do distrito de Kupiansk, palco de duras hostilidades com as forças russas, anunciou esta quinta-feira o governador local.

Oleg Sinegubov informou através da sua conta no Telegram que o Conselho de Defesa de Kharkiv considera necessária a retirada de famílias com crianças de dez localidades, incluindo Kupiansk.

A razão é "um aumento no fogo de artilharia inimiga", justificou Sinegubov, observando que as pessoas retiradas receberão alojamento temporário e apoio de organizações humanitárias.

"Nos últimos dias, 89 crianças partiram. Somos gratos a todos que assumiram a responsabilidade pela vida das crianças e evacuaram [as suas casas] voluntariamente", escreveu o governador.

"Pedimos a todas as famílias com crianças que permanecem em locais perigosos que saiam o mais rápido possível", acrescentou.

Rússia intensifica os ataques

Desde o final do verão e face à estagnação da contraofensiva ucraniana contra as forças invasoras russas, a Rússia intensificou os seus ataques e tenta ganhar terreno nas frentes de Kupiansk, Avdivka e Marinka, no leste do país.

No mês passado, as autoridades ucranianas já tomaram uma iniciativa semelhante com a retirada obrigatória de várias centenas de menores de algumas áreas da frente de Kherson, no sul, que corre ao longo do rio Dnieper.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

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