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Associação ucraniana utiliza cães para ajudar crianças a ultrapassar traumas de guerra

Os promotores desta terapia acreditam que os animais ajudam a processar o trauma e oferecem amparo sem qualquer tipo de julgamento.

João Nuno Assunção

SIC Notícias

Uma associação ucraniana está a recorrer à terapia com cães para ajudar crianças a ultrapassar traumas de guerra. Os promotores defendem que os animais ajudam a reduzir a ansiedade, promovem uma sensação de conforto e, acima de tudo, fornecem apoio sem qualquer tipo de julgamento.

Os cães desta associação foram treinados para tratar as mais profundas marcas do conflito. Aos cuidados de Nika e Chelsea chegam crianças deslocadas, separadas dos pais e traumatizadas por sirenes e bombardeamentos.

"O humor muda porque ela está satisfeita com a interação (com o cão), mas acho que não é tempo suficiente. Vejo que ela gostaria de passar mais tempo a falar com o cão, para poder ser ela própria, abraçar o cão, brincar com o cão. A disposição é muito boa depois desta interação", diz Svitlana Matvieieva, mãe de uma das crianças envolvidas no projeto.

“A melhor coisa que um cão pode dar é uma sensação de conforto”

Os promotores acreditam que os animais ajudam a processar o trauma e oferecem amparo sem qualquer tipo de julgamento.

"A melhor coisa que um cão pode dar é uma sensação de conforto, segurança e emoções positivas que estas crianças recebem quando vêm brincar com o cão, fazem truques diferentes. O cão não as julga de forma alguma, não olha para o seu aspeto ou para o que fazem, se está certo ou errado, nunca as julga. Por isso, só sentem prazer, só sentem emoções positivas, só sentem alegria com estas atividades e querem voltar aqui sempre", explica a treinadora canina Dasha Reznichenko.

As sessões são semanais, acontecem na capital Kiev, duram cerca de uma hora e estão a ser promovidas por uma associação ucraniana que dá apoio às vítimas da guerra.

Segundo a Unicef, pelo menos, três milhões de crianças ucranianas necessitam de ajuda humanitária. A associação sabe que isto é uma gota no balde, mas acredita que há pequenos gestos que já estão a mudar vidas.

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