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Kiev denuncia existência de 70 campos russos para reeducar crianças ucranianas

A Rússia quer "educar uma nova geração de militares entre as crianças ucranianas" que "provavelmente terão de lutar contra a Ucrânia ou outros países" no futuro, denuncia o Provedor de Justiça ucraniano.

Anadolu Agency/Getty Imagens

Lusa

O Provedor de Justiça ucraniano, Dmytro Lubinets, denunciou a existência de "não menos de 70" campos de reeducação de crianças ucranianas deportadas para a Rússia ou territórios ocupados por Moscovo, informou hoje a agência de notícias Ukrinform.

"São obrigatórios. Os nossos filhos não podem escolher se querem participar ou não. Todos estão registados e trata-se de um programa educativo oficial", disse Lubinets sobre os campos, onde os menores recebem instrução "patriótico-militar".

O responsável afirmou que a Rússia quer "educar uma nova geração de militares entre as crianças ucranianas" que "provavelmente terão de lutar contra a Ucrânia ou outros países" no futuro.

"Atualmente, podemos dizer que não menos de 70 desses campos funcionam no território da Federação Russa, nos territórios temporariamente ocupados e na Crimeia", reiterou.

A Ucrânia identificou cerca de 20 mil menores transferidos das suas casas ou de centros a cargo do Estado nos territórios ocupados para outras áreas da Ucrânia sob controlo russo ou para a própria Rússia.

Alguns destes menores foram separados das famílias quando não foram autorizados a regressar de acampamentos para onde os pais ou tutores tinham concordado em enviá-los durante algumas semanas.

O Tribunal Penal Internacional emitiu, em março deste ano, um mandado de captura por deportação ilegal em massa de crianças ucranianas contra o Presidente russo, Vladimir Putin, e a sua chefe da proteção de menores, Maria Lvova-Belova, que defendeu publicamente a política de colocação de crianças da Ucrânia ocupada para adoção por famílias russas.

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