Apesar das reticências, na mensagem - que inclui a primeira e a última letra do palavrão - pode interpretar-se que Navalny insultou o guarda, que informou os seus superiores do incidente.
"Estou de volta à cela de castigo. Por 12 dias. O motivo é o relato do alferes da prisão, que muito misteriosamente escreveu com reticências: 'ao tirar o condenado Navalny da cela para receber um colchão, ele humilhou-me dizendo que eu sou...", escreveu o opositor russo, na sua conta da rede social Telegram.
Por esta razão, o opositor somará 236 dias numa cela de punição desde que regressou à Rússia, em 2021, depois de ter sido envenenado na Sibéria, em meados de 2020, alegadamente por ordem do Presidente russo, Vladimir Putin.
Recentemente, o líder da oposição -- que foi condenado a cerca de 30 anos de prisão - cumpriu 1.000 dias atrás das grades.
Três advogados que defenderam ou representaram Navalny no passado foram detidos, recentemente, sob a acusação de extremismo.
"Eles estão a ser perseguidos por ajudarem o seu cliente, destruindo os últimos resquícios do seu direito à defesa", denunciou o opositor do regime de Putin.
Navalny, de 47 anos, que cumpre ainda pena de nove anos por alegada fraude, foi condenado em agosto passado a mais 19 anos de prisão por criar uma organização considerada extremista, o Fundo Anticorrupção, que denunciou o enriquecimento ilícito de altos funcionários, incluindo Putin, a quem acusou de possuir um sumptuoso palácio nas margens do Mar Negro.