Depois de dois anos de tratamentos para o cancro da pele, Megan Royle, de 33 anos, descobriu que, afinal, nunca tinha tido cancro. A notícia deixou-a “completamente chocada”. Agora, recebeu uma indemnização dos dois estabelecimentos do sistema de saúde britânico (NHS, na sigla inglesa) que realizaram o diagnóstico errado.
Aos 29 anos, Megan Royle foi encaminhada pelo médico de família para uma consulta de dermatologia. O objetivo era analisar um sinal que tinha começado a crescer no braço e que, além de estar a formar crostas, também lhe dava comichão.
Realizou uma biopsia no hospital de Chelsea e Westminster e recebeu o diagnóstico: melanoma (um tipo de cancro de pele). Foi depois encaminhada para o Real Hospital Marsden em Londres, onde o diagnóstico foi confirmado por um especialista da unidade oncológica.
Os alegado tumor e os tecidos envolvidos foram removidos e Megan Royle fez vários ciclos de imunoterapia. Para evitar problemas futuros de fertilidade – associados aos tratamentos para o cancro –, a jovem foi também submetida a um processo de congelamento dos óvulos.
Durante o confinamento de covid-19, Megan Royle voltou ao hospital para rever os seus exames. E foi aí que ficou a saber que nunca tinha tido cancro. Uma notícia que “demorou a aceitar”.
“Poder-se-ia pensar que a emoção imediata seria alívio e, de um modo, foi. Mas diria que as maiores emoções foram frustração e raiva”, conta à BBC.
Quase três anos depois, a britânica chegou a acordo, fora do tribunal, com os dois estabelecimentos públicos de saúde envolvidos no diagnóstico errado.
Em declarações à BBC, a Fundação do Real Hospital de Marsden pede desculpa a Megan Royle pelo sofrimento causado e manifesta agrado com o acordo realizado fora dos tribunais.
“Queremos oferecer o nosso sincero pedido de desculpa a Megan Royle pelos sofrimento causado pela experiência no nosso estabelecimento”, afirma a porta-voz.