O Presidente da República reagiu, esta quarta-feira, à confirmação de que as duas jovens luso-israelitas, dadas como desaparecidas desde sábado, estão entre as vítimas mortais do ataque do grupo palestiniano Hamas a território de Israel.
“O Presidente da República exprime o seu pesar, de forma especial, relativamente aos cidadãos portugueses falecidos ou desaparecidos em Israel nos últimos dias”, lê-se numa nota, publicada no site da Presidência da República.
No texto, Marcelo Rebelo de Sousa volta a reafirmar “a condenação aos ataques contra civis e apela ao respeito pelas resoluções das Nações Unidas e ao estabelecimento da Paz”.
Mais tarde, num evento em Lisboa, o chefe de Estado adiantou que, “aparentemente, pelo menos quatro” cidadãos portugueses estarão ainda desaparecidos.
Jovens mortas em ataque tinham nacionalidade portuguesa
Rotem Neumann, de 25 anos, e Dorin Atias, de 22, eram israelitas sefarditas com nacionalidade portuguesa. As suas mortes já foram confirmadas por membros das famílias, depois de dias de desespero e de incerteza, em que não era claro o seu paradeiro.
Isto é, se tinham sido feitas reféns pelo Hamas ou se encontravam entre as centenas de mortos por identificar dos ataques a festivais de música que decorriam no sábado, perto da fronteira com Gaza.
O corpo de Rotem foi identificado esta terça-feira. A jovem ainda tentou, com um grupo de amigos, fugir do festival Teva num carro, mas acabaram intercetados por combatentes do Hamas. Ainda escapou a pé, abrigando-se num edifício próximo, que também acabou sob ataque.
Esta quarta-feira, acabou também por ser localizado o corpo de Dorin, confirmou à SIC a mãe da jovem. A jovem chegou a ser feita refém, mas acabou por ser atingida por uma granada, ficando irreconhecível. Foi através de exames de ADN que a sua morte acabou por ser confirmada.
Há pelo menos dois desaparecidos já identificados
Marcelo não esquece, na nota, os “desaparecidos” com ligações a Portugal. A identidade de dois deles foi avançada pela Comunidade Israelita do Porto, num dia em que uma sinagoga da cidade foi vandalizada.
São eles Gilad Ben Yehuda, de 28 anos, e Orin Bira, de 53, também de origem sefardita com ligações familiares a Portugal.
“Por agora, desconhecemos os nomes de outras vítimas conectadas com Portugal”, adianta o presidente da comunidade, Gabriel Senderowicz.