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Ao fim de 140 anos, Reino Unido devolve cabelo de príncipe à Etiópia

Em 1868, soldados britânicos invadiram a fortaleza do imperador Teodoro II e levaram embora o príncipe Alemayehu. Há mais de 140 anos o corpo está enterrado no Reino Unido. A Etiópia, para já, recebeu uma mecha do cabelo e outros artefactos.

Príncipe Alemayehu acompanhado do seu "guardião" Charles Speedy
V&A Images

Daniel Pascoal

Alemayehu, que foi levado para o Reino Unido com apenas sete anos, após a Batalha de Maqdala, morreu há mais de 140 anos e, desde então, está enterrado perto de Londres. A Casa Real britânica recusa-se a exumar o corpo, mas aceitou devolver uma mecha do cabelo do príncipe.

A história remete-nos a 1868, ano em que os soldados britânicos invadiram a fortaleza do imperador Teodoro II - que viria a suicidar-se - e levaram embora o filho, Alemayehu.

A rainha Vitória garantiu o sustento financeiro do jovem príncipe. No entanto, após uma infância difícil, em que terá sido vítima de bullying, Alemayehu morreu aos 18 anos, vítima de pneumonia.

Já há muito tempo que a Etiópia tem solicitado a devolução do corpo, enterrado no Castelo de Windsor. O Reino Unido tem recusado sucessivos pedidos, alegando que não seria possível retirar as ossadas sem perturbar os restos mortais de outras pessoas.

Ainda há esperança, diz um familiar

Esta semana, durante uma cerimónia em Londres, as autoridades britânicas devolveram uma mecha de cabelo do príncipe, além de outros artefactos que tinham sido saqueados em 1868, ao embaixador da Etiópia no Reino Unido, Teferi Melesse.

Segundo a BBC News, Fasil Minas, um parente de Alemayehu, mostra-se esperançoso de que esta ação possa abrir caminho para que o corpo retorne à Etiópia.

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