O líder republicano da Câmara dos Representantes norte-americana, Kevin McCarthy, declarou-se esta terça-feira a favor da abertura de um inquérito para a destituição do Presidente dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden.
"Solicito a uma comissão da Câmara para abrir um inquérito formal de destituição", disse o congressista republicano, argumentando que Biden "mentiu" ao povo norte-americano sobre os polémicos negócios do filho no estrangeiro.
Hunter Biden, o filho quinquagenário do Presidente democrata, tornou-se o alvo preferido da direita norte-americana, que o acusa nomeadamente de ter feito negócios duvidosos na Ucrânia e na China quando Joe Biden era vice-presidente de Barack Obama (2009-2017), aproveitando as redes de conhecimentos e o nome do pai.
A Constituição dos Estados Unidos prevê que o Congresso pode destituir o Presidente em caso de "traição, corrupção ou outros crimes e infrações graves".
A abertura de um processo de destituição é há meses reclamada pela ala 'trumpista' do Partido Republicano, com a qual o líder Kevin McCarthy teve de fazer muitos compromissos para aceder ao cargo, em janeiro.
Vários congressistas moderados do Partido Republicano opõem-se, contudo, à abertura de um tal inquérito, por medo de transformarem o procedimento numa mera manobra partidária.
Os democratas ripostaram afirmando que esses esforços da direita não passam de uma cortina de fumo para dissimular os crescentes problemas judiciais enfrentados pelo antigo Presidente e atual aspirante a candidato presidencial Republicano Donald Trump (2017-2021), quatro vezes indiciado em menos de seis meses.
Nunca um Presidente foi destituído na história dos Estados Unidos. Três foram acusados: Andrew Johnson em 1868, Bill Clinton em 1998 e Donald Trump em 2019 e 2021. Mas todos acabaram por ser ilibados. Richard Nixon preferiu demitir-se em 1974 para evitar uma destituição certa pelo Congresso devido ao escândalo Watergate.