James Cameron, realizador do filme "Titanic" e ávido explorador do fundo do mar, denunciou esta quinta-feira os "alertas ignorados" sobre a segurança do submarino turístico que implodiu e matou cinco pessoas.
A embarcação gerava preocupação entre a comunidade de exploradores subaquáticos, disse James Cameron, comparando a tragédia do Titan ao naufrágio do Titanic.
“Estou impressionado com a semelhança com o desastre do Titanic, onde o capitão foi repetidamente avisado da presença de icebergues à frente e, no entanto, acelerou a toda a velocidade num campo de gelo numa noite sem lua”, afirmou à ABC News.
O risco de implosão de um submersível é sempre uma preocupação muito grande na fase de construção, disse Cameron, que em 2012 se tornou a primeira pessoa a mergulhar sozinho nas profundezas do oceano a bordo de um veículo subaquático que ele mesmo ajudou a projetar.
"Muitas pessoas na comunidade estavam preocupadas com este submersível" da OceanGate, lembrou. “Vários membros importantes na comunidade de engenharia de submersão profunda até escreveram cartas para a empresa a dizer que o que estavam a fazer era demasiado experimental para transportar passageiros”, referiu.
James Cameron comoveu-se com a morte de Paul-Henry Nargeolet, o explorador francês, a quem se referia como o “Sr. Titanic” devido às explorações que já tinha feito no local.
“É quase impossível aceitar que ele morreu tragicamente desta forma", lamentou.
A Guarda Costeira dos Estados Unidos confirmou na quinta-feira que os escombros encontrados na área dos destroços do Titanic correspondem à parte externa do submarino desaparecido no domingo e que terá sofrido uma "implosão catastrófica" sem deixar sobreviventes.