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Tratado contra a poluição por plástico vai começar a ser redigido

Ao fim de cinco dias, delegações de 175 países aceitaram avançar com um rascunho para um acordo internacional. Nas últimas duas décadas a poluição por plástico duplicou.

SIC Notícias

Ouviram-se aplausos, depois de cinco dias de trabalhos difíceis, na sede da UNESCO, em Paris, França, onde delegações de 175 países aceitaram que nos próximos meses seja redigido um primeiro rascunho para um tratado internacional que permita reduzir a poluição por plástico. Um problema que duplicou nas últimas duas décadas.

Mas as discussões que permitiram um passo em frente levantam, ao mesmo tempo, dúvidas quanto à possibilidade de um acordo final. Se é certo que há uma grande coligação de países, entre os quais os 27 da União Europeia, Reino Unido e Canadá, a ambicionar reduzir a produção de plástico, que pode triplicar nas próximas quatro décadas, do outro lado há também um segundo grande bloco, onde se inclui os Estados Unidos, a China, mas também a Arábia Saudita e os países do Golfo.

Estes grandes produtores de energias fósseis apenas querem apostar em melhorar a reciclagem dos plásticos, sem diminuir a produção de resíduos.

No início da semana, à exceção dos Estados Unidos, a generalidade do grupo de grandes produtores de petróleo deu a entender que apenas permitirá um tratado que seja do agrado de todos e não de uma maioria, como inicialmente tinha ficado decidido.

Este cenário, para as organizações não governamentais, acaba por ser o resultado visível da pressão feita pela indústria petrolífera.

Os países voltam a reunir-se no comité criado pelas Nações Unidas em novembro, no Quénia. O objetivo da ONU é alcançar um tratado até 2024 e conseguir reduzir em 80% a poluição por plástico nas próximas duas décadas.

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