Em Zvecan, os sinos tocaram a rebate e a população sérvia respondeu ao apelo. Em frente à câmara da cidade, centenas de manifestantes gritaram “o Kosovo é Sérvia” e contestaram a eleição dos autarcas de origem albanesa, tentando ocupar as instalações.
Os confrontos provocaram dezenas de feridos e alguns com gravidade. Entre as vítimas, está um dos líderes sérvios do boicote ao poder de Pristina.
Além de Zvecan, a segurança foi de imediato reforçada nos outros três municípios de maioria sérvia do norte do Kosovo.
Em Belgrado, o presidente da Sérvia colocou as tropas em estado de prontidão junto à fronteira da antiga província e acusou de imediato o primeiro-ministro kosovar pelos incidentes.
Aleksandar Vucic reuniu-se esta terça-feira com os embaixadores do grupo QUINT. Dos representantes dos EUA e dos quatro grandes da Europa Ocidental ouviu um apelo ao diálogo e ao bom senso.
Independente desde 2008 - uma independência nunca reconhecida pela Sérvia -, o Kosovo é historicamente considerado pelos sérvios como o berço da nacionalidade e a minoria sérvia que vive atualmente neste pequeno país dos Balcãs continua a resistir ao poder central de Pristina e à maioria albanesa.
O regresso da tensão faz temer o pior: o reacender de um dos conflitos que provocaram a desagregação da Jugoslávia nos anos 90 do século passado.