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Já fugiram mais de 700 mil pessoas do Sudão devido aos violentos confrontos

As hostilidades eclodiram em 15 de abril, após semanas de tensão sobre a reforma das forças de segurança nas negociações para a formação de um novo governo de transição. Ambas as forças estiveram por trás do golpe conjunto que derrubou o executivo de transição do Sudão em outubro de 2021.

ZOHRA BENSEMRA

Lusa

Os violentos confrontos no Sudão, que começaram em 15 de abril, obrigaram mais de 700.000 pessoas a fugir do país, o dobro do número registado há uma semana, anunciou a ONU.

"Este número é mais do dobro do número de pessoas deslocadas internamente" contabilizado na passada terça-feira, disse Paul Dillon, porta-voz da Organização Internacional das Migrações (OIM).

O conflito no Sudão opõe o exército e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, sigla em inglês).

O que se está a passar no Sudão?

As hostilidades eclodiram em 15 de abril, após semanas de tensão sobre a reforma das forças de segurança nas negociações para a formação de um novo governo de transição.

Ambas as forças estiveram por trás do golpe conjunto que derrubou o executivo de transição do Sudão em outubro de 2021.

Há semanas que o conflito estava a ser preparado entre o chefe do exército, general Abdel Fattah al-Burhane, líder de facto do país, e o seu número dois, o general Mohamed Hamdane Daglo, conhecido como "Hemedti", chefe das Forças de Apoio Rápido (RSF), que juntos expulsaram os civis do poder no golpe de outubro de 2021.

Mohamed Hamdane Daglo, conhecido como Hemedit, é o general beduíno que controla os 100 mil homens das Forças de Apoio Rápido, na origem do atual conflito. A unidade, acusada internacionalmente de genocídio e de de outros crimes de guerra na revolta do Darfur, recusa a integração nas Forças Armadas nos moldes propostos pelo general Abdel Fattah al-Burhan.

Apoiado pelo vizinho Egito, o homem-forte da Junta Militar que governa o país desde a queda do ditador Omar al-Bashir, não fez ainda a transição civil e a democratização prometidas depois de 20 anos de ditadura.

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