Os Estados Unidos da América e França anunciaram que a retirada de cidadãos e funcionários diplomáticos do Sudão, que está há mais de uma semana numa guerra civil. Durante o processo de retirada, um francês foi ferido num ataque contra o comboio da embaixada francesa.
Segundo avançam vários meios de comunicação franceses, o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês anunciou a retirada de cidadãos e funcionários diplomáticos do Sudão. Estará em curso uma operação de evacuação de edifícios e de retirada rápida de pessoas, em Cartum.
O corredor criado para retirar cidadãos franceses do Sudão foi alvo de um ataque e uma pessoa ficou ferida. O Exército sudanês acusou as forças de apoio rápidas e anunciou a interrupção do processo que tem estado a ocorrer.
As autoridades francesas asseguraram que cidadãos europeus e pessoas provenientes de países parceiros serão também incluídos nos planos de retirada do país.
Já os Estados Unidos encerraram a embaixada no Sudão e, de acordo com a Casa Branca, todo o pessoal diplomático foi retirado e já está fora do país.
Quase 100 pessoas foram transportadas durante a semana para uma localidade não identificada na Etiópia.
Joe Biden agradeceu aos países vizinhos o apoio dado na operação que levou ao encerramento da representação diplomática americana em Cartum.
"Tenho orgulho no extraordinário compromisso da nossa equipa da embaixada, que desempenhou as suas funções com coragem e profissionalismo e personificou a amizade e a ligação da América com o povo do Sudão", referiu Biden. "Estou grato pela capacidade incomparável dos nossos militares que os trouxeram com sucesso para um local seguro".
O que se passa no Sudão?
O aeroporto de Cartum continua a não funcionar e as rotas terrestres da capital para fora do país são longas e perigosas, mesmo sem as hostilidades atuais, o que coloca dificuldades e riscos de segurança adicionais.
Segundo a mais recente contagem da Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo menos 413 civis morreram e 3.551 ficaram feridos desde o início do conflito no Sudão.
Os confrontos começaram há uma semana entre as forças armadas, comandadas pelo líder de facto do país desde o golpe de Estado de outubro de 2021, o general Abdel Fattah al-Burhan, e os paramilitares do das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), chefiados pelo general Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como "Hemedti".