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Joias sauditas? Bolsonaro diz que só soube que existiam um ano depois

O ex-Presidente brasileiro respondeu a todas as perguntas da Polícia Federal sobre as joias que recebeu da Arábia Saudita, segundo um ex-ministro do seu Governo.

SIC Notícias

Jair Bolsonaro foi ouvido, esta quarta-feira, pela polícia federal durante três horas, tendo garantido que só soube da existência das joias mais de um ano depois de terem chegado ao país.

"O depoimento do presidente Jair Bolsonaro decorreu de maneira absolutamente tranquila, tendo respondido a todas as indagações feitas pela polícia federal", escreveu no Twitter Fabio Wajngarten, ex-secretário-executivo do Ministério das Comunicações e ex-chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social do Governo Federal do Brasil.

Durante o seu mandato (2019-2022), o ex-Presidente recebeu três pacotes de joias da Arábia Saudita avaliadas em três milhões de euros, mas tê-lo-á feito alegadamente sem informar as autoridades e um terceiro pacote foi intercetado na alfândega brasileira quando um conselheiro tentou trazê-lo para o país.

Os advogados do ex-presidente, que afirmam que Bolsonaro não cometeu qualquer ilegalidade, entregaram um dos pacotes de joias, avaliado em 75 mil euros, há quinze dias, e esta terça-feira foram a um banco público para depositar outro conjunto de objetos preciosos, avaliado em 100 mil euros.

O conjunto de joias mais caro, avaliado em três milhões de euros, foi confiscado pelas autoridades fiscais no aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo, depois de terem sido encontrados na mochila de um conselheiro que fazia parte da delegação e que foi não foi declarado.

Bolsonaro tentou várias vezes, através de emissários, libertar estes presentes em diamantes antes do fim do seu mandato, mas não foi bem sucedido.

Em causa podem estar crimes de corrupção passiva, peculato ou lavagem de dinheiro.

Regresso marcado por processos

Jair Bolsonaro regressou na quinta-feira ao Brasil com o objetivo de reagrupar direita contra o Governo de Luiz Inácio Lula, após o seu "auto-exílio" nos Estados Unidos.

Bolsonaro exerce funções públicas consecutivas desde 1989 e pela primeira vez desde então, encontra-se no Brasil sem imunidade, como cidadão comum, e com várias frentes abertas nos tribunais.

Está a ser investigado por atos de golpe de Estado, por divulgar informações falsas e por alegados abusos económicos e de poder, entre outros casos.

Cinco casos estão no Supremo Tribunal Federal, um dos quais procura determinar a autoria intelectual dos acontecimentos de 08 de janeiro, quando vários radicais invadiram as sede dos três ramos do poder do Brasil, numa tentativa de forçar um golpe contra o Governo de Lula da Silva.

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