A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, disse esta quarta-feira esperar uma "mudança de ritmo" da Europa sobre o problema da migração, numa altura em que Itália lida com um aumento da chegada de migrantes por mar, vindos do norte de África.
"Esperamos uma mudança de ritmo", disse Meloni aos jornalistas após uma reunião com o seu homólogo espanhol, Pedro Sánchez, em Roma.
"O facto de a Europa estar a olhar mais atentamente para esta questão é um passo importante, mas estamos de acordo em que (na próxima reunião do Conselho Europeu), em junho, a Comissão precisa fazer um balanço das iniciativas concretas, começando pelo financiamento e pela identificação de soluções estruturais com os países do norte de África", sublinhou.
O primeiro-ministro espanhol pronunciou-se no mesmo sentido, afirmando que houve "progressos na Europa" e enfatizando que "é um problema europeu e precisa de uma solução europeia".
"Itália e Espanha precisam de falar menos sobre a dimensão interna e mais sobre a dimensão externa, sobre a cooperação com os países de trânsito e origem", defendeu o chefe do Governo espanhol, frisando que para isso são necessários "recursos adequados".
"Itália e Espanha são responsáveis pelas suas fronteiras, mas precisamos de acrescentar o conceito de solidariedade", concluiu Sánchez.
Os dois chefes de Governo reuniram-se no dia seguinte a uma cimeira de altos funcionários dos dois países para discutir a migração, com o Ministério do Interior de Itália a informar que 28.028 migrantes e refugiados chegaram ao país por mar desde o início do ano, em comparação com 6.832 no mesmo período de 2022 e 8.394 em 2021.
A reunião ter-se-á centrado na prestação de assistência à Tunísia, país de partida de muitos dos migrantes e refugiados que chegaram a Itália por mar nas últimas semanas, e que enfrenta uma grave crise económica e social.