Uma cria de uma espécie rara de tigre branco foi encontrada num caixote de lixo perto do Parque Zoológico de Ática, na Grécia, num estado débil. O responsável pelo parque denunciou o caso às autoridades gregas.
Depois da indignação de Jean Jacques Lesueur, fundador do Parque Zoológico da Ática, as forças de segurança de Spata e de Pallini estão, neste momento, a investigar o aparecimento do animal selvagem nos subúrbios de Atenas.
"Pelas câmaras que verificámos à noite, não consta que alguém tenha passado e parado no local e o segurança também não viu qualquer movimento estranho", revelou o diretor do jardim zoológico.
Ao que tudo indica, o dono terá comprado a cria e entrado ilegalmente no país. As autoridades pretendem rastrear a rota que o animal fez até chegar à cidade, através de sites que vendem esta espécie rara de tigres, mas, até ao momento, não foi possível.
A fêmea de quatro meses sofre de paralisia nas patas traseiras e terá sido esse um dos motivos pelo qual foi abandonada.
"O seu mau estado deve-se principalmente à desnutrição, porque não tomou as vitaminas e leite adequados, nem apanhou sol. Numa das suas patas, parece que tentaram fazer uma operação mal feita, mas o principal problema é que da cintura para baixo o animal está incapacitado", revela.
O zoo de Ática, que abriga mais de 2.000 animais de 290 espécies diferentes, ficará responsável pelos cuidados da cria até que se decida o seu futuro, mas Lesueur está convicto em relação ao final da história.“Estamos a cuidar dela e à espera que nos digam o que fazer, mas este animal não vai viver, infelizmente…”. Ainda, alertou para o facto do comércio ilegal de animais selvagens ser dos maiores do mundo. “Não são animais que se encontram na natureza, são produtos de mutação. Este tigre pode atingir um comprimento de dois metros e um peso de 200 quilos."
O Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla inglesa), que apela aos direitos dos animais, reconhece os tigres brancos como uma “anormalidade genética” por sua vez, mais propícia e lucrativa no mercado negro de espécies selvagens.
Assim sendo, a Comissão Europeia já prevê um conjunto de medidas estratégicas para prevenir o tráfico de espécies selvagens até 2030. Deverá assegurar-se o cumprimento da regulação e fortalecer a parceria global entre os países de origem, de consumo e de trânsito. Caso contrário, o comércio ilegal destas espécies vai continuar a contribuir para o declínio de espécies inteiras e aumentar o risco de propagação de doenças zoonóticas - doenças que se transmitem entre animais e seres humanos.