Uma menina, natural de Quillota, no Chile, com apenas 7 anos foi diagnosticada com cancro de mama. A criança recebeu o diagnóstico em outubro, quando se dirigiu aos serviços de saúde chilenos após a mãe ter detetado um pequeno caroço no seu seio esquerdo.
"Um dia, em outubro de 2021, depois de lhe dar banho, quando a estava a secar, ao aplicar o creme percebi que ela tinha um feijãozinho no mamilo. Levei-a às urgências, onde encaminharam para o especialista, mas o pedido do exame demorou muito, quase cinco meses", explicou à EFE Patrícia Muñoz, mãe da menina.
Ao perceber a preocupação do médico com esses primeiros resultados, Patrícia transferiu o caso de hospital para a cidade mais próxima e com mais serviços, mas entre exames e consultas com especialistas, o tumor aumentou ficando do "tamanho de um ovo".
A menina foi operada em agosto de 2022 e quase dois meses depois obteve resultado da biopsia, que confirmava que a menina tinha cancro da mama.
Caso é inédito no mundo
Os pais da menina viveram um longo e solitário processo até chegar ao diagnóstico atual, que poucos médicos apontaram no início devido à raridade do caso.
"Casos de cancro da mama em menores de 14 anos são muito raros, quase zero, não temos histórico porque é um caso único no mundo", afirma o médico especialista em Senologia do Hospital Clínico da Universidade do Chile, Mario Pardo.
"O meu maior medo é explicar-lhe o que aconteceu "
À espera de mais resultados para decidir qual será o próximo passo, a mãe tenta estudar e procurar mais sobre o assunto, mas todas as possibilidades que surgem "são ligadas aos adultos", lamenta.
Para esta mãe apanhada de surpresa o pior está por vir:
"Agora ela não entende o que está a acontecer com ela porque é uma criança e só diz que não tem uma mama, mas o meu maior medo é não saber explicar o que lhe aconteceu", admite.
Desde que o caso veio a público, a família tem recebido ajuda do Ministério da Saúde chileno e não descarta a possibilidade de procurar apoios e soluções internacionais.