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Novos confrontos violentos em Paris

Pelo segundo dia consecutivo.

SARAH MEYSSONNIER

SIC Notícias

A manhã deste sábado, véspera de Natal, foi marcada por vários episódios de tensão e violência junto à Praça da República, em Paris. Há registo de confrontos entre os manifestantes e a polícia no centro da capital francesa.

Horas antes, ativistas curdos, políticos de esquerda e grupos antirracistas concentraram-se pacificamente em memória das três vítimas mortais do tiroteio desta sexta-feira na capital francesa, que causou também três feridos.

A concentração foi em grande parte pacífica, mas alguns jovens atiraram projéteis e envolveram-se em escaramuças com a polícia, que usou gás lacrimogéneo para os tentar controlar.

Alguns manifestantes gritaram slogans contra o Governo da Turquia, que enfrenta, desde a década de 1980, uma insurgência do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), formado para lutar por um Estado curso independente. O fundador do PKK, Abdullah Ocalan, cumpre uma pena de prisão perpétua na Turquia, depois de ter sido detido em 1999.

O chefe da polícia de Paris encontrou-se hoje com membros da comunidade curda para tentar acalmar os seus receios antes do comício na Praça da República.

Durante a tarde de ontem viveu-se um cenário muito semelhante no centro de Paris, mais concretamente no 10.º arrondissement. Uma tarde de muita tensão, com episódios de violência entre manifestantes da comunidade curda e a polícia.

O protesto começou depois do ataque que ocorreu na manhã de ontem no centro da capital francesa e obrigou à intervenção das autoridades, que tentaram dispersar a multidão com gás lacrimogéneo. Segundo a imprensa francesa, pelo menos cinco polícias ficaram feridos nos confrontos e uma pessoa foi detida.

O suspeito do ataque foi detido no local. Segundo as autoridades, o atacante, um maquinista reformado de 69 anos, tem nacionalidade francesa e já foi acusado duas vezes de tentativa de homicídio, em 2016 e 2017. O presumível autor dos disparos era, contudo, desconhecido dos arquivos dos serviços secretos franceses e da Direção-Geral de Segurança Interna.

O ataque ocorreu junto ao centro comunitário curdo, num bairro comercial e movimentado.

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