O secretário-geral da ONU diz estar “profundamente preocupado” com a violência em Jerusalém. Mais de 150 palestinianos e três polícias israelitas ficaram feridos durante horas de confrontos na Esplanada das Mesquitas.
Há diferentes versões sobre o que levou a polícia israelita a entrar na mesquita de Al Aqsa depois das orações da manhã e a usar bastões, balas de borracha e granadas de atordoamento para dispersar a multidão.
As autoridades israelitas afirmam que a ação da polícia aconteceu em resposta a um grupo de palestinianos que apedrejara judeus israelitas noutra zona do complexo. Uma repórter da Aljazeera, presente no local, assegura que as pedras foram atiradas em resposta à entrada da polícia, que aconteceu sem pretexto.
O repórter de imagem palestiniano Rami Al Khatib, agredido pela polícia já no exterior, também estava na mesquita. As imagens das agências internacionais mostram o que o Crescente Vermelho também relata: forças israelitas impediram o acesso de ambulâncias e equipas de socorro ao local.
Mais de 150 palestinianos e três polícias israelitas terão ficado feridos. Israel confirma a detenção de mais de 300 pessoas.
Os confrontos na Cidade Velha de Jerusalém Oriental, setor palestiniano ocupado desde 1967 por Israel, levaram o secretário-geral das Nações Unidas a manifestar profunda preocupação. É a terceira vez esta semana que António Guterres alerta para o aumento de tensão na cidade santa dos dois lados do conflito.
Os confrontos em Jerusalém surgem na sequência de quatro ataques em Israel e de operações israelitas na Cisjordânia. Desde 22 de Março, 14 israelitas foram mortos em dois ataques levados a cabo por árabes israelitas e outros dois por palestinianos. 16 palestinianos foram mortos em operações de retaliação de forças israelitas nos territórios ocupados da Cisjordânia.