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Cibercrimes: português suspeito de liderar a maior plataforma de hackers do mundo

Tem 21 anos.

A Europol, a agência policial europeia, anunciou esta terça-feira o encerramento da maior plataforma de hackers do mundo, que vendia acesso a banco de dados de várias empresas norte-americanas que tinham sido alvo de ciberataques.

A sua “infraestrutura” foi apreendida e o seu administrador e os seus dois cúmplices foram detidos, adianta a Europol, em comunicado.

O FBI anunciou mais tarde, na rede social Twitter, o encerramento da plataforma e revelou que o fundador e administrador da plataforma é um português, de 21 anos.

A Polícia Judiciária explicou esta tarde que na operação que levou ao encerramento da plataforma estiveram envolvidas autoridades de cinco países e foram detidas três pessoas, uma delas um português que era o administrador da plataforma.

Numa conferencia de imprensa em Lisboa, o diretor da Unidade de Combate ao Cibercrime, Carlos Cabreiro, deu detalhes da operação, já antes anunciada pela Europol.

O administrador do fórum de hackers, com meio milhão de utilizadores, terá criado a plataforma em 2015.

O cidadão português foi detido em Londres, mas segundo Carlos Cabreiro isso não significa que vivesse no Reino Unido, mas sim que estava no Reino Unido, sendo que tem também residência em Portugal.

A extradição do jovem, disse o responsável, está a ser pedida pelos Estados Unidos.

Questionado pelos jornalistas, Carlos Cabreiro disse ser cedo para fazer ligações entre a atividade do fórum e recentes ciberataques ocorridos em Portugal, outros ciberataques em outros países ou manipulação de eleições nos Estados Unidos. “Não se apurou uma relação direta com as eleições norte-americanas”, disse.

A plataforma, um “fórum de informação de origem criminosa”, disponibilizava, por exemplo, informação sobre cartões de crédito, número de contas bancárias, credenciais de acesso ou senhas e nomes de utilizadores, explicou o diretor da Unidade de Combate ao Cibercrime da PJ.

Carlos Cabreiro admitiu que a informação a que as autoridades acederam agora poderá ser útil para desvendar alguns crimes informáticos e para a resolução de “centenas ou milhares” de investigações que estão a decorrer em todo o mundo, e disse que além do jovem português e dois cúmplices não há mais detidos, nem foi ninguém detido em Portugal relacionado com a investigação.

Lançado em 2015, o ‘RaidForums’ tinha mais de meio milhão de utilizadores, de acordo com a Europol, e era o maior fórum de hackers do mundo.

“Esta plataforma fez o seu nome vendendo acesso a bancos de dados vazados muito mediatizados de várias empresas norte-americanas em diferentes setores”, acrescentaram as autoridades policiais europeias.

“Os bancos de dados têm informações sobre milhões de cartões de crédito, números de contas bancária”, bem como nomes de utilizadores e palavras-chave associados necessários para aceder a contas ‘online’, referiu a Europol.

A operação batizada de “Torniquete” foi coordenada pela Europol que apoiou investigações nos Estados Unidos, Reino Unido, Suécia, Portugal e Roménia.

A operação foi o “culminar de um ano de planificação meticuloso entre as autoridades policiais envolvidas na preparação da ação”, rematou a Europol.

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