O chanceler alemão, Olaf Scholz, anunciou esta quarta-feira que vai deslocar-se a Moscovo para discutir a situação na Ucrânia com o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, depois de visitar Washington.
“Falei com o Presidente russo e agora estamos a preparar cuidadosamente tudo o que é necessário. Vou viajar para os Estados Unidos e em breve continuarei o diálogo sobre os assuntos necessários em Moscovo”, diz Olaf Scholz, numa entrevista à televisão pública ZDF.
O encontro com Vladimir Putin “está previsto acontecer”, assegura o chanceler, que salienta que o seu porta-voz vai anunciar “atempadamente” quando vai acontecer exatamente.
Sobre a postura do seu Governo em relação à crise na Ucrânia, Olaf Scholz afirma que “se trata de fazer uma política coordenada no que diz respeito à União Europeia e à NATO, mas também de viabilizar decisões bem preparadas e que só é possível com muito trabalho”.
O chanceler descreve a situação na Ucrânia como “séria” e especificou que a presença de tropas russas na fronteira pode corresponder a “preparativos para uma ação militar”.
Face às críticas sobre a recusa da Alemanha em fornecer armas à Ucrânia, Olaf Scholz diz que os aliados da Alemanha estão cientes da forte contribuição militar de Berlim para aliança transatlântica.
“Sabem o que significa que a Alemanha mobilizou 2 mil milhões de euros nos últimos anos para a Ucrânia e que é o país que mais contribuiu para estabilizar a independência económica da Ucrânia”, conclui.
Macron e Biden no xadrez político
Também esta quarta-feira, o Presidente francês Emmanuel Macron anunciou que vai discutir “nas próximas horas” a crise na Ucrânia com o homólogo norte-americano Joe Biden, e não descarta viajar para Moscovo para tentar encontrar uma solução diplomática.
“Estou muito preocupado com a situação no terreno”, diz o chefe de Estado em Tourcoing, norte de França, à margem de uma reunião de ministros do Interior da União Europeia (UE).
E acrescenta: “A prioridade para mim na questão ucraniana e no diálogo com a Rússia é diminuir a escalada e encontrar os termos políticos para uma saída da crise, o que exige capacidade de avançar com base nos acordos de Minsk”.
Emmanuel Macron especifica que uma possível viagem a Moscovo, e talvez a Kiev, dependeria “da evolução das [suas] discussões nas próximas horas”.