O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou esta terça-feira a condenação “veemente” da tentativa fracassada de golpe de Estado na Guiné-Bissau.
“O Presidente da República acompanhou a par e passo, com preocupação, a situação em Bissau, tendo já falado telefonicamente com o Presidente Sissoco Embaló, a quem transmitiu a sua condenação veemente, que é a mesma do Governo português e da CPLP, a estes atentados à ordem constitucional na Guiné-Bissau”, lê-se numa nota publicada no site da Presidência.
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, já tinha condenado as “movimentações armadas” em Bissau e salientou não haver notícia de qualquer problema entre os portugueses no país.
“Portugal condena qualquer tentativa de, pela violência, impedir o normal funcionamento dos órgãos de soberania da Guiné-Bissau, nos termos da Constituição”, disse Santos Silva em declarações à agência Lusa.
O Presidente da Guiné-Bissau foi esta terça-feira alvo de uma tentativa de golpe de Estado. À SIC, fonte da Embaixada da Guiné-Bissau em Portugal disse que “a tentativa de subversão da ordem Constitucional fracassou”.
Vários tiros foram ouvidos hoje perto da hora de almoço junto ao Palácio do Governo da Guiné-Bissau onde decorria um Conselho de Ministros, com a presença do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e do primeiro-ministro, Nuno Nabiam.
Segundo fonte governamental, militares entraram cerca das 17:20 no palácio do Governo e ordenaram a saída dos governantes que estavam no edifício.
As relações entre o chefe de Estado e do executivo têm sido marcadas por um clima de tensão, agravada nos últimos meses de 2021 por causa de um avião Airbus A340, que o Governo mandou reter no aeroporto de Bissau, onde aterrou vindo da Gâmbia, com autorização presidencial, e pela recente remodelação governamental.
A tentativa de golpe de Estado já foi condenada pela União Africana, pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e por Portugal.