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Alemanha impõe restrições mais duras aos não vacinados contra a covid-19

Angela Merkel defende vacinação obrigatória a partir de fevereiro.

Maja Hitij

SIC Notícias

A Alemanha vai impor restrições mais duras aos não vacinadas contra a covid-19. Vão ser, por exemplo, impedidos de frequentar a maioria das lojas, restaurantes, museus e cinemas.

Quem não foi vacinado pode entrar apenas em serviços considerados essenciais, como supermercados e farmácias.

O Governo alemão prevê também um reforço da testagem para quem já está vacinado e uma limitação do número de pessoas nas discotecas e bares.

Numa reunião com os governadores, a chanceler alemã Angela Merkel defendeu também a vacinação obrigatória a partir de fevereiro, uma medida que ainda terá de passar pelo Parlamento alemão e pela aprovação do Conselho de Ética.

Vacinação obrigatória

Esta imposição de tomar a vacina anti-covid-19 já está a ser estudada em vários países, ainda que a resistência seja forte.

A possibilidade de obrigar a população a vacinar-se é uma medida que deve ser discutida nos países-membros da União Europeia (UE), defendeu na quarta-feira a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Uma medida que também foi ponderada pelo diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, que considerou a insuficiência de cobertura vacinal contra a doença covid-19 e de testes de rastreio como uma "mistura tóxica".

É "uma receita perfeita para as variantes se reproduzirem e se espalharem", alertou, afirmando que o fim da pandemia é "uma questão de escolha".

Na África do Sul, onde a identificação da variante Ómicron foi anunciada na semana passada, e onde menos de um quarto da população está vacinada, as autoridades descreveram ao parlamento uma "disseminação exponencial" do vírus.

A nova variante já é dominante no país.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, criticou na quarta-feira o fecho das fronteiras a viajantes com origem na África do Sul, classificando a medida como uma forma de 'apartheid' (regime de segregação) contra uma África insuficientemente vacinada.

Também a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) defendeu que a prioridade deve continuar a ser "garantir que as vacinas sejam produzidas e distribuídas o mais rapidamente possível em todo o mundo".

Os países do G20 (as maiores economias mundiais) gastaram 10.000 milhões de dólares (cerca de 8,8 mil milhões de euros) para proteger as suas economias durante a crise, mas vacinar toda a população do mundo custaria apenas 50 mil milhões (44 mil milhões de euros), lamentou Laurence Boone, o economista-chefe da OCDE.

A variante Ómicron já foi detetada em todos os continentes, mas a Europa, que já enfrentava um forte ressurgimento da epidemia antes do aparecimento da nova estirpe, mostra ser a região mais afetada.

Por isso, os Estados europeus decidiram endurecer novamente as restrições de saúde com controlos de fronteira, proibições de viajar para a África do Sul, uso obrigatório de máscara nos transportes e em lojas ou recomendações para vacinar crianças.

Os Estados Unidos anunciaram, entretanto, uma testagem mais apertada para viajantes que queiram entrar no país e, na Ásia, o Japão fechou a fronteira a estrangeiros durante um mês.

A Nigéria, país mais populoso da África, também já registou os primeiros casos na nova estirpe, assim como o Brasil, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos.

O estado de alerta criado pela variante Ómicron levou a que vários laboratórios, como o da Moderna, AstraZeneca, Pfizer/BioNTech e Novavax, anunciassem estar confiantes de que podem criar uma nova vacina, enquanto a Rússia também avançou estar a trabalhar numa versão da sua vacina (Sputnik V).

Embora a OMS tenha alertado que a "probabilidade de a Ómicron se espalhar globalmente" é "alta", nenhuma morte foi ainda associada à nova estirpe.

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