Mundo

Prémios de liberdade de imprensa para Pegasus, jornalistas chinesa e palestiniana

Prémios reconhecem o valor, a independência e o impacto dos diferentes trabalhos jornalísticos que têm contribuído para a defesa ou promoção da liberdade de imprensa no mundo.

SOPA Images

Lusa

Os Repórteres Sem Fronteiras (RSF) atribuíram prémios de liberdade de imprensa à chinesa Zhang Zhan, à palestiniana Majdoleen Hassona e à investigação Pegasus, liderada por um consórcio de jornalistas, sobre espionagem ilegal realizada por vários países.

Os prémios concedidos anualmente pela ONG internacional, com sede em Paris, reconhecem o valor, a independência e o impacto dos diferentes trabalhos jornalísticos que têm contribuído para a defesa ou promoção da liberdade de imprensa no mundo.

Zhang Zhan

Nesta 29.ª edição do prémio, a RSF reconheceu, na categoria valor, o trabalho de Zhang Zhan, advogada e jornalista que cobriu a pandemia de covid-19 na cidade chinesa de Wuhan em fevereiro de 2020.

Zhan divulgou nas redes sociais as imagens de ruas, hospitais e famílias infetadas, tornando-se uma das principais fontes de informação independentes sobre a situação de saúde na região, tendo sido detida em maio de 2020.

A sua detenção foi mantida em segredo durante vários meses e em dezembro do ano passado foi condenada a quatro anos de prisão por perturbar a ordem pública.

A jornalista iniciou uma greve de fome para protestar contra a decisão e, segundo os seus familiares, a sua saúde, piorou nas últimas semanas.

Majdoleen Hassona

Na categoria de independência, a RSF galardoou o trabalho da palestiniana Majdoleen Hassona, que é frequentemente perseguida pelas autoridades israelitas e palestinianas pelas suas publicações críticas.

A repórter está detida em Israel desde agosto de 2019, quando viajava da Cisjordânia com o noivo e foi informada de que tinha sido proibida de sair do território por motivos de segurança.

Projeto internacional Pegasus

O terceiro prémio, que reconhece o impacto de um trabalho jornalístico, foi para o projeto internacional Pegasus, um consórcio formado por mais de 80 jornalistas de 17 meios de comunicação de 11 países diferentes, com o apoio da Amnistia Internacional.

Baseando-se na violação de dados, os investigadores revelaram que cerca de 200 jornalistas foram espiados por regimes autocráticos e governos democráticos que recorreram ao programa israelita Pegasus, levando vários meios de comunicação a denunciar essas práticas.

"Este é, infelizmente, um resumo do estado do jornalismo hoje. Os vencedores do prémio RSF incorporam as mais nobres qualidades do jornalismo. Eles merecem não só a nossa admiração, mas também todo o nosso apoio", afirmou em comunicado o secretário-geral da RSF, Christophe Deloire.

O júri desta edição foi presidido pelo presidente da RSF, Pierre Haski, e por grandes repórteres internacionais como a francesa Raphaëlle Bacqué, a indiana Rana Ayyub, o advogado sírio Mazen Darwish e o editor paquistanês Hamid Mir, entre outros.

SAIBA MAIS

Últimas