Mundo

"Casa Esperança" de La Palma não resiste e é engolida pela lava do vulcão Cumbre Vieja

Por milagre tinha escapado à passagem do rio de lava do vulcão Cumbre Vieja e ia ser batizada de "Casa Esperança".

La Palma após a passagem do rio de lava do vulcão Cumbre Vieja, Canárias
Emilio Morenatti

SIC Notícias

Muitos acreditavam que tinha sido um milagre. Uma casa, que iria ser batizada de "Casa Esperança", tinha escapado à passagem do rio de lava do vulcão Cumbre Vieja.

Numa imagem captada pelo fotógrafo espanhol Alfonso Escalero, a partir de um drone, e partilhada nas redes sociais, era possível ver uma casa intacta, mas cercada por uma parede de rocha vulcânica. Ninguém conseguia perceber como é que a casa tinha conseguido escapar aos mais de 1.100 graus celsius da lava.

Agora o cenário mudou, a "Casa Esperança" não resistiu à violência do vulcão e foi engolida pela lava.

A casa pertencia a um casal octogenário dinamarquês, que a comprou há cerca de 30 anos. À imprensa espanhola confirmou, na terça-feira, que a casa tinha sido engolida pela lava e que "está tudo destruído". Inge Bergedorf e Ranier Cocq não estavam na ilha quando o vulcão entrou em atividade, o casal não visitava a casa desde o início da pandemia, explica a BBC.

“Perdemos tudo na nossa amada ilha”, disse Cocq ao El Mundo. "É muito triste. Estamos arrasados."

Yenny Cocq, a filha do casal, contou ao jornal espanhol ABC, na altura em que a casa por milagre sobreviveu à passagem do rio de lava, que era "mais do que uma casa para [os pais], [era] toda uma vida".

Inge e Ranier, se o vulcão não tivesse entrado em erupção, estariam a viajar para La Palma, como costumavam fazer todos os outonos, para colher as uvas que tinham na propriedade.

"Costumávamos ir em outubro e novembro para colher as uvas que temos. Mas agora não há mais nada", disse Ranier.

A filha do casal conta ainda que os pais acreditam que "ainda há esperança" e que querem reconstruir a casa "exatamente naquele local", apesar de ela os alertar que "não haverá uma maneira de chegar lá".

Muitas famílias da ilha, tal como Inge Bergedorf e Ranier Cocq, perderam as casas. Na quarta-feira, o serviço Copernicus da União Europeia estimou que a lava destruiu 656 casas a caminho do oceano.

Veja também:

Últimas