Mundo

Apoiantes do Presidente do Brasil tentam ocupar o Ministério da Saúde

Manifestantes não puderam entrar porque foram impedidos pelos seguranças que fecharam as portas.

Amanda Perobelli

SIC Notícias

Lusa

Seguidores do Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, tentaram ocupar esta quarta-feira o Ministério da Saúde do país, um dia depois de participarem em protestos incentivados pelo Governo onde foram feitas ameaças às instituições, nomeadamente ao poder judiciário e o Congresso.

De acordo com os media locais, os incidentes começaram quando um homem entrou numa discussão com ativistas de extrema-direita que tentaram agredi-lo e o perseguiram até à sede do Ministério da Saúde onde procurou refúgio.

Os manifestantes não puderam entrar porque foram impedidos pelos seguranças que fecharam as portas.

Apoiantes do Presidente brasileiro retiraram-se, mas permaneceram na Esplanada dos Ministérios, avenida central que concentra todos os prédios do poder público em Brasília, onde organizaram um grande protesto na véspera.

Apoio a Bolsonaro reuniu cerca de 20.000 pessoas

Bolsonaro liderou, na terça-feira, por ocasião do Dia da Independência do Brasil, uma manifestação que reuniu cerca de 20.000 pessoas com pautas contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e membros do Congresso, que segundo os apoiantes do Presidente brasileiro dificultam a gestão do Governo.

O Presidente brasileiro foi então para a cidade de São Paulo, onde, diante de outra multidão, elevou o tom ao dizer que não cumprirá decisões da Justiça e em particular do magistrado Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal, que está conduzindo uma investigação em ataques à democracia nas redes sociais.

Em função desse processo, que tem o Presidente entre os investigados, vários bolsonaristas já foram presos.

Após os acontecimentos em Brasília, dezenas de ativistas permaneceram na capital e obrigaram as autoridades locais a manter o trânsito na Esplanada dos Ministérios bloqueado, a fim de reduzir o risco de incidentes.

As declarações de Bolsonaro nas manifestações foram rejeitadas por quase todos os partidos políticos brasileiros, inclusive alguns da própria direita, que instaram o Presidente e seus seguidores a "respeitar" as instituições democráticas.

O Partido Social Liberal (PSL), que em 2018 serviu de plataforma para a ascensão de Bolsonaro ao poder, repudiou em nota assinada junto com o partido Democratas "o discurso do senhor Presidente da República ao insurgir-se contra as instituiçoes de nosso país."

VEJA MAIS:

Últimas