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Pilhagens em Soweto, berço da luta anti-apartheid na África do Sul

O Governo sul-africano destacou esta terça-feira militares das Forças Armadas para ajudar a conter a situação de violência. Os protestos tiveram início a 8 de julho, após a prisão do antigo Presidente, Jacob Zuma.

SIC Notícias

Milhares de pessoas assaltaram na tarde desta terça-feira o maior centro comercial no coração do Soweto, o "berço" da luta anti-apartheid, no leste de Joanesburgo, perante a incapacidade da Polícia em dispersar a multidão. Em causa está a prisão do antigo Presidente da África do Sul, Jacob Zuma, na quinta-feira.

O canal de televisão sul-africano ENCA, em direto do local, mostrou imagens de milhares de pessoas a saquearem vários estabelecimentos no centro comercial Jabulani, incluindo a rede de supermercados "Food Lovers Market", que é também detida por empresários oriundos da Região Autónoma da Madeira.

Na emissão em direto do centro comercial, vê-se a população local, sem máscara de proteção contra a covid-19, a forçar a entrada em vários estabelecimentos comerciais e a "carregar" frigoríficos, camas, colchões, produtos alimentares, mobiliário, vestuário, entre outros, perante a passividade dos agentes policiais à distância no parque de estacionamento.

De acordo com a equipa de reportagem do canal de televisão sul-africano, a pilhagem desenfreada estende-se também a outras áreas do Soweto, que albergou vários líderes do Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês) durante o anterior regime do apartheid, nomeadamente o primeiro chefe de Estado da África do Sul democrática, Nelson Mandela, Prémio Nobel da Paz e co-fundador do partido no poder na África do Sul desde 1994.

O Governo sul-africano destacou esta terça-feira militares das Forças Armadas (SANDF, na sigla em inglês) para as ruas de Gauteng e KwaZulu-Natal para ajudar a conter a situação de violência, pilhagens e intimidação que eclodiu no país desde quinta-feira após a detenção do ex-Presidente Jacob Zuma por desrespeito à Justiça e que parece não dar sinais de abrandamento.

Violência faz mais de 30 mortes

Esta terça-feira registaram-se 32 mortes que resultaram da violência que assola a África do Sul há vários dias.

Numa conferência de imprensa, o primeiro-ministro da província de Kwazulu-Natal acrescentou que várias pessoas ocorreram durante "as partidas de empurrões no contexto dos motins".

Os primeiros incidentes, com estradas bloqueadas, veículos incendiados tiveram lugar na sexta-feira, um dia depois do ex-presidente Jacob Zuma ter sido preso.

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